CAMINHOS DA ZONA SUL____________________Paulo Gastal Neto
Atenção – Os portos de Rio Grande e Porto Alegre movimentaram juntos mais de 100 mil toneladas de Nitrato de Amônio, o mesmo produto que causou a explosão no porto de Beirute, no Líbano e a destruição da cidade. Em Beirute eram 2.750 toneladas de Nitrato de Amônio, um produto que merece especial atenção e cuidado no manuseio. A direção dos Portos RS divulgou Nota Oficial na semana passada para informar sobre a movimentação e a maneira como o produto é tratado nos terminais de Rio Grande e da capital gaúcha. O Nitrato de Amônio tem movimentação nos portos de Porto Alegre e Rio Grande. Em Rio Grande, este ano o porto movimentou cerca de 85 mil toneladas e no porto de Porto Alegre foram duas operações em 2020, que totalizaram 18 mil toneladas o que significa 103 mil toneladas do produto que destruiu Beirute passaram pelo RS.
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A direção do Portos RS – que congrega os portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre esclarece que o desembarque do navio somente é feito depois da autorização e controle do Exército Brasileiro por meio de sua Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados. O Nitrato de Amônio é um produto químico não inflamável, mas que pode intensificar o fogo em outros combustíveis atuando como fonte de oxigênio (oxidante).
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A maioria das cargas de Nitrato de Amônio do estado chega importado proveniente da Estônia, passando pelos Portos Gaúchos e indo direto para os importadores que tem toda a armazenagem adequada e vistoriada pelos órgãos ambientais e pelo Exército Brasileiro. A tragédia causada pela explosão na zona portuária de Beirute fez o governo do Rio Grande do Sul iniciar uma auditoria nos portos públicos do Estado. As inspeções são realizadas nos complexos de Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas e Cachoeira do Sul. A determinação do secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, é de que sejam avaliadas as condições de armazenamento e movimentação de produtos perigosos nas instalações públicas e privadas. A auditoria, sob responsabilidade da Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul, apura, ainda, a situação das licenças e autorizações ambientais para o transporte e manejo das cargas.
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Lamentável – O fechamento do Café Aquário representa a falta de um direcionamento uníssono para que a cidade pudesse enfrentar a pandemia com racionalidade. De um lado temos comerciantes e de outro o poder público, cada um com a sua visão em relação a tomada de decisões e no centro a população assistindo os empregos irem embora, a economia em frangalhos e o atendimento na área de saúde saturado. Esse fechamento escancara para os pelotenses a falta de uma perspectiva positiva em curto prazo. O encerramento de atividades de um dos mais tradicionais pontos comerciais do Rio Grande do Sul, nos transmite desalento, moral baixa e retrata o lado cruel do momento em que estamos vivendo.
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Live – Hoje, às 19h, o economista Marcelo Portugal e o filósofo Luiz Felipe Pondé falarão ao vivo sobre as perspectivas para a sociedade pós-pandemia no Giro pelo Rio Grande 2020. O evento on-line, promovido pela Fecomércio-RS, não ficará disponível na íntegra após a exibição, mas quem fizer a inscrição gratuita ganhará o e-book “Sociedade pós-pandemia: economia e comportamento”. Para se inscrever é necessário preencher uma ficha no site www.fecomercio-rs.org.br. Os painelistas apresentarão suas reflexões por 30 minutos cada e, ao final, debaterão as principais ideias e responderão algumas perguntas do público. Marcelo Portugal, professor titular dos Programas de Pós-Graduação em Economia e Administração da Ufrgs, é formado em Economia pela UFRJ, com mestrado na PUC-RJ e Ph.D pela Universidade de Warwick, na Inglaterra. Atua como pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e como consultor econômico de empresas e organizações. Portugal, que abordará as perspectivas para a economia no período pós-pandemia, terá a companhia de Luiz Felipe Pondé, filósofo, escritor, diretor do laboratório de política comportamento e mídia da PUCSP, professor da FAAP e colunista da Folha de São Paulo sobre temas como comportamento, religião e ciências.
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Até a próxima!