No final de 2019, houve um contato da Portos RS com a Escola de Engenharia para a retomada dos estudos, em função da necessidade de garantir a integridade do cais no contexto do projeto de revitalização do centro histórico da cidade. “Portanto, na realidade, houve uma retomada da parceria que foi formalizada pelo convênio”, esclarece Waldir.
Projeto
A duração do convênio é de 12 meses e segundo o professor, a revitalização do centro histórico da cidade é um projeto que vai muito além do objeto do convênio, que se limita à região do cais. No entanto, o cais e os armazéns do Porto Velho são elementos centrais do projeto de revitalização.
“A garantia de integridade do cais é fundamental para viabilizar o projeto. Neste contexto, o estudo vai determinar as condições atuais do cais e propor obras de intervenção que garantam a estabilidade e segurança para atender as demandas do projeto de revitalização”, afirma Waldir.
Sobre a parceria no processo de recuperação desse importante espaço rio-grandino, o professor alega que, “a participação da Furg é de extrema relevância. Primeiro porque viabiliza o projeto de revitalização do centro histórico, onde essa obra vai transformar a região com grande impacto nas atividades culturais, de lazer e turísticas da cidade. E também, as soluções apresentadas pela Universidade terão um alto grau de inovação e sustentabilidade e, ao mesmo tempo, de fácil execução e baixo custo” e acrescenta dizendo que, “outro ponto importante é a formação de recursos humanos de alto gabarito a partir da participação dos alunos do curso de graduação em Engenharia Costeira e Portuária e de alunos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica”.
Escola de Engenharia e o Porto de Rio Grande
A parceria entre a Furg e o Porto é antiga e remonta ao período anterior à federalização da Universidade. A Escola de Engenharia Industrial da Furg foi criada no ano de 1955 e federalizada seis anos depois. A Escola é considerada o marco inicial de criação da universidade pública rio-grandina, no ano de 1969. A partir disso, a Furg se estruturou em departamentos, onde os de Materiais e Construção, Matemática e Física foram os principais alicerces dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Mecânica, criados na época.
Segundo o professor Cezar Bastos, atual diretor da Escola de Engenharia, a contribuição da EE na construção da infraestrutura portuária de Rio Grande remonta ao início da Furg. “Através da sua Divisão de Pesquisa e Orientação Industrial, a Furg prestou, na década de 70, suporte tecnológico à construção dos principais terminais do Superporto. Nos anos 90, através do Departamento de Materiais e Construção, a Furg teve fundamental participação no projeto de modernização do Porto Novo. Já nos anos 2000, além do projeto emergencial de recuperação do cais do Porto Velho já mencionado, cabe destacar a participação da Engenharia Civil da Furg nas obras de ampliação dos Molhes da Barra do Rio Grande e da infraestrutura de implantação do Pólo Naval”, relembra Cezar.
Para além da contribuição no desenvolvimento da cidade e região, a relação do Porto com a Furg se estende também para o aprimoramento acadêmico. “Cabe também destacar a importante cooperação acadêmica através de profissionais de engenharia do Porto de Rio Grande (vinculados ao DEPREC e PORTOBRÁS) que atuaram como docentes dos cursos de engenharia na FURG”, destaca o diretor que recorda ainda, “essa estreita relação entre a Universidade e o Porto do Rio Grande, aliada à importância das duas instituições para o desenvolvimento regional, culminou na criação do primeiro curso de Engenharia Civil Costeira e Portuária do Brasil, em 2010, recentemente qualificado com a nota máxima do MEC”.
E essa antiga parceria tem foco também no futuro, de acordo com professor Waldir, a assinatura do recente convênio, vai contribuir para a consolidação dos laboratórios de modelagem física do novo Centro Tecnológico Costeiro e Oceânico (Centeco) – o LIFE (Laboratório de Interação Fluido Estrutura) e o LEC (Laboratório de Engenharia Costeira).