O resultado aparece em indicadores recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério do Trabalho. As taxas de emprego no setor industrial registraram no Estado a maior retração entre as regiões do país pesquisadas entre janeiro e maio deste ano. Se não houver retomada na atividade econômica, a tendência é de aumento no fechamento de postos de trabalho, alertam empresários. As informações são do Jornal Zero Hora. A matéria é assinada pelo repórter Caio Cigana.
De acordo com empresários ouvidos pela reportagem, a tendência seria de aceleração nas demissões nos próximos meses. Na sexta-feira passada, surgiu uma tênue expectativa de que a injeção de recursos disponíveis para crédito – foram liberados R$ 45 bilhões pelo Banco Central – possa melhorar o humor na economia, mas não há certeza de que contribua para manter o nível de emprego do setor.
Dados do IBGE mostram que, de janeiro a maio, o Rio Grande do Sul teve retração de 4% no emprego industrial, a maior taxa entre as 14 regiões pesquisadas. Pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o saldo mensal de criação de vagas, que se mantinha positivo até abril, apresentou resultado negativo nos últimos dois meses. No ano, as admissões na indústria superam em 20,9 mil o número de desligamentos, mas em maio e junho houve 6,6 mil demissões acima do número de contratações. Conforme o IBGE, a maior retração no emprego ocorreu nos segmentos calçadista e metalmecânico.
– Os programas de estímulo do governo amenizam, mas não surtem efeito. Os pedidos sumiram – reclamou ao Jornal Zero Hora Getulio da Silva Fonseca, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, cidade de perfil industrial.