O grupo de trabalho criado para elaborar a proposta para a criação de um terminal arrozeiro no Porto de Rio Grande se reuniu na tarde da última quinta-feira (10) na sede do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Porto Alegre (RS). Essa foi a primeira reunião do grupo, que deve entregar ao governador do Estado relatório com as propostas até o dia 6 de setembro.
O grupo de trabalho foi criado a partir da demanda trazida pelo Conselho Deliberativo do Irga na reunião-almoço ocorrida em março no Palácio Piratini, na qual foram recebidos pelo governador Tarso Genro. Na ocasião, os conselheiros manifestaram preocupação em relação a logística da exportação do arroz, com destaque para as dificuldades para embarcar o cereal no Porto de Rio Grande. Mesmo reconhecendo como positiva a recuperação da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) e a sua importância no aumento das exportações dos últimos três anos, o setor arrozeiro solicitou alternativas para o período em que a companhia deixará de operar embarques de arroz em virtude das obras de ampliação do cais e de dragagem no Porto Novo.
O Decreto Estadual 51.471, publicado em 12 de maio, determinou a criação do grupo, e seus integrantes foram nomeados na última terça-feira, 8 de julho. O grupo é coordenado pelo presidente do Irga, Claudio Pereira, e conta também com a participação do chefe de gabinete do instituto, César Marques, e de representantes do Conselho Deliberativo do Irga, da Cesa, da Superintendência do Porto de Rio Grande (SUPRG), da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), do Sindicato das Indústrias do Arroz de Pelotas (Sindapel), do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz) e do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado do Rio Grande do Sul (Sindanave).
Ao longo da tarde, os integrantes do grupo debateram as questões logísticas referentes à cadeia orizícola e fizeram propostas para o terminal arrozeiro. Claudio Pereira destacou que o crescimento da produção e da exportação de arroz criou novos desafios ao setor, especialmente no que se refere ao escoamento do cereal. “Estamos aqui para discutir a melhor maneira de responder a essa demanda da cadeia produtiva do arroz. O terminal arrozeiro vai dar agilidade ao embarque e trará maior competitividade ao arroz produzido e industrializado no Rio Grande do Sul.”
Outro ponto debatido foi o novo papel da Cesa, que, segundo o presidente da companhia, Márcio Pilger, deixou de ser somente um agente de armazenagem para se tornar um agente de logística. Para o grupo, a Cesa teria um papel fundamental na criação do terminal arrozeiro. “Com certeza, uma parte da solução para os problemas de escoamento do arroz passa pela Cesa”, enfatiza o representante da Sindanave, Fernando Fuscaldo.
A opinião também foi compartilhada pelo superintendente do Porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, que apresentou um projeto que prevê parcerias entre a Superintendência do Porto de Rio Grande, a Cesa e a iniciativa privada. O projeto conta com três armazéns que seriam utilizados em conjunto com silos da Cesa, instalação de shiploader, espaço para a operação dos navios e uma possível ampliação usando a área que atualmente é da Brigada Militar. O terminal arrozeiro planejado por Lopes teria o potencial de movimentar 3 mil toneladas do grão por dia. No último ano, 1,5 milhão de toneladas de arroz foram embarcadas no Porto de Rio Grande.
No dia 30 de julho, os representantes da Cesa, do Porto de Rio Grande e da iniciativa privada se reúnem para encontrar soluções técnicas e discutir um projeto em conjunto.