Josapar se aproxima de faturamento de R$ 1 bilhão/ano e planeja nova planta industrial

    O post a seguir faz parte da série “Pelotas que dá certo”, que visa trazer informações tanto de empresas sediadas em Pelotas quanto de pessoas nascidas na cidade e que, apesar dos problemas econômicos que a região vivenciou nas últimas décadas, alcançaram sucesso. Para ler todos os posts sobre o assunto, clique aqui.

    No ano em que completa nove décadas de existência, o grupo gaúcho Josapar comemora também a capacidade de se reinventar. O dono do arroz Tio João se prepara para ampliar sua atuação no mercado de alimentos, o que deve acontecer em março de 2013. Ao todo, serão 26 novos itens no mercado, em quatro categorias de produtos, inclusive em novas áreas onde até então o grupo não atua.

    Os tipos de produtos que serão lançados são guardados a sete-chaves. “Serão itens complementares ao nosso portfólio e que oferecerão ainda mais praticidade aos consumidores”, comentou Augusto Oliveira Júnior, presidente do grupo e neto do fundador, sem dar mais detalhes sobre o que vem por aí. Atualmente, além da marca Tio João, a companhia cresce com a linha de feijões Bijú e com os produtos SupraSoy, à base de soja.

    O anúncio dos lançamentos futuros do grupo acontece poucos meses após o grupo Camil — principal concorrente da Josapar no mercado de grãos — adquirir as marcas de açúcar União e da Barra, quando comprou os ativos da Cosan Alimentos em maio, por R$ 345 milhões.

    Antes disso, em novembro de 2011, a concorrente também adquiriu a marca de pescados Coqueiro, então nas mãos da PepsiCo. Mas para a Josapar, atuar nesses nichos não está dentro dos planos, pelo menos a curto prazo. “Estamos sempre abertos a oportunidades de aquisições, mas não é nosso foco investir no açúcar. No momento estamos apostamos principalmente em nosso crescimento orgânico”, explica Oliveira.
     
    Reinvenção
     
    Depois de ver seu mercado reduzir por conta do crescimento de marcas regionais de arroz tipo 1 no mercado, o grupo Josapar precisou buscar alternativas para manter seu plano de crescimento. Por isso, decidiu mudar a estratégia e apostar no processamento de grãos nobres e entrar em um nicho mais seleto do mercado.
     
    Os investimentos começaram em 2010 e a consolidação do modelo deu tão certo que em 2012 devem contribuir com boa parte do faturamento, previsto para aproximadamente R$ 1 bilhão neste ano. “Os lançamentos que fizemos nos últimos anos, de olho em um nicho mais segmentado e de maior poder aquisitivo contribuíram para esse crescimento”, explica Augusto Oliveira Júnior, presidente da companhia e neto do fundador do grupo.

    Durante 2011, a companhia complementou sua linha de produtos “gourmet”, com lançamentos, tanto de semiprontos quanto na linha de variedades mundiais, além de reformular as embalagens, de olho em um público em busca de maior praticidade e maior poder aquisitivo. “Com isso, temos registrado crescimento nas vendas desses produtos em torno de 20% ao ano”, explica Luís Augusto Krause, diretor de vendas da companhia.

    Uma das regiões onde as vendas mais crescem é a Nordeste. “Depois do Sudeste, esta é a região onde temos mais crescimento”, explica Krause.

    Já no mercado internacional, a Josapar está presente em 40 países, sendo que no continente Africano, especialmente nos mercados da Angola e Moçambique, a marca Tio João já figura entre as líderes do mercado. “As exportações já respondem por 10% de nossa receita”, explica Oliveira. Atualmente, as vendas de arroz respondem por cerca de 70% da receita da companhia, que no acumulado de janeiro a setembro, ficou em R$ 706 milhões.

    No ano passado, a companhia fechou a temporada com faturamento da ordem de R$ 566 milhões. A queda na receita foi causada, em parte, pela seca, que comprometeu a produtividade dos arrozais na região Sul.

    Foco no produtor
     
    Boa parte da retomada do mercado da Josapar passa pelos investimentos da companhia nas parcerias com os produtores do Rio Grande do Sul. Em 2011, o grupo investiu cerca de R$ 70 milhões na compra de variedades de arroz mais nobres e resistentes, específicas para aumentar a qualidade e também no acompanhamento técnico das lavouras dos parceiros. “Neste ano, nossos investimentos ultrapassaram R$100 milhões”, revela Krause.

    Nova planta
     
    Para dar continuidade ao plano de crescimento, além das plantas beneficiadora de Recife (PE), Itaqui (RS), Pelotas (RS) e Campo Largo (PR), a companhia deve iniciar já em janeiro a construção de uma nova planta processadora em Mairinque, interior de São Paulo.

    Os valores do empreendimento não foram divulgados, mas sabe-se que a unidade fará inicialmente o processamento de arroz e feijão. “Estudamos, no futuro, a viabilidade de processar as outras linhas de grãos no local”, explica Krause.

    Fonte:  Juliana Ribeiro – Brasil Econômico
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