O ato pacífico reuniu centenas pessoas em um trecho da BR 116 e outro da BR 392. Com faixas, panfletos e camisetas, elas reclamavam do mais recente aumento no custo da tarifa em vigor desde o primeiro dia do ano
O aumento de 28,9% no valor dos pedágios no Polo Rodoviário de Pelotas foi motivo de protesto em dois trechos da rodovia administrada pela Ecosul na tarde da última quarta-feira. Centenas de pessoas se reuniram em um posto de combustíveis, as margens do km 396, da BR 116 e na BR 392 na praça do Capão Seco. O deputado estadual Marcus Vinícius de Almeida (PP) disse que o ato foi sem partido e sem conotação ideológica. “Tivemos a presença de deputados, vereadores, prefeitos, mas também representantes de entidades sindicais e empresariais. Todos estão sufocados pelo valor do pedágio”, reclama. Para ele, o objetivo do ato foi sensibilizar autoridades estaduais e federais em relação ao tema, além da Justiça em relação aos processos que a Ecosul responde. “Preparamos um manifesto que foi entregue aos motoristas e pedimos assinaturas para uma petição pública que será juntada aos processos que tramitam no Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal”, destaca.
Durante o protesto, que teve a Polícia Rodoviária Federal como reguladora, orientando os manifestantes onde ele poderia ocorrer e a não bloquear a pista não teve nenhum ato de violência. Os manifestantes utilizaram faixas, panfletos, camisetas e carro de som. Várias pessoas que passavam pela rodovia, principalmente caminhoneiros apoiaram o protesto.
Na praça de pedágio do Capão Seco, no quilômetro 52 da BR-392, a manifestação também ocorreu de forma pacífica na tarde de quarta-feira e reuniu moradores da comunidade e lideranças políticas de Rio Grande e Pelotas. Uma decisão judicial emitida na noite da terça-feira impediu que o protesto interrompesse o fluxo da rodovia, fazendo com que o ato se concentrasse às margens da pista.
O aumento da tarifa básica de R$ 15,20 para R$ 19,60 foi o principal alvo da manifestação, aliado à possibilidade de prorrogação do contrato de concessão com a Ecosul. “A gente pede para todos os agentes políticos de Brasília que vejam a nossa realidade, que tenham empatia com o povo gaúcho, lembrando que aqui na cidade de Rio Grande fica o único porto [maritmo] do Rio Grande do Sul”, disse o vereador Luciano Figueiredo, o Luka (MDB), um dos coordenadores da manifestação.
Questionada, a Ecosul respondeu via assessoria de imprensa que respeita a legitimidade de manifestações pacíficas “resguardando a segurança dos usuários e trabalhadores da via e não interferindo na fluidez do tráfego”. Diz ainda que o reajuste foi deliberado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com base no contrato vigente e que “segue à disposição para dialogar com entidades e lideranças sobre todas as melhorias possíveis no atual contrato de concessão.”