Paulo Gastal Neto*
A força política do Sul do RS é realmente pífia e inexpressiva. Haja vista as obras de duplicação da BR-116, que se arrasta há mais de dez anos, e o constante descaso com o seu andamento, o baque agora é na área da energia e da infraestrutura. O fato do momento é não menos simbólico: A ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica negou administrativamente a outorga do empreendimento bilionário, Termelétrica a gás de Rio Grande. Na edição da última segunda-feira, 25.04, do Diário Oficial da União está a publicação da decisão da agência de “não reconhecer o requerimento administrativo interposto pelas empresas Cobra Brasil, Bolognesi Energia e Termelétrica Rio Grande”, sob o silêncio ensurdecedor da classe política gaúcha que está em campanha eleitoral.
As companhias tentavam convencer a ANEEL a fazer a transferência do projeto da gaúcha Bolognesi para a espanhola Cobra, revertendo a revogação de outorga pelo órgão regulador feita em 2017, possibilitando assim a continuidade da iniciativa. A interferência política da bancada gaúcha foi a passividade e o descaso. Movimentos inexpressivos e tímidos sequer foram feitos para que o RS pudesse receber o investimento bilionário. O relator do processo e diretor da agência, Sandoval de Araújo Feitosa Neto, argumentou em sua decisão que neste caso “toda a instrução administrativa foi devidamente seguida pela ANEEL, período em que foi oportunizado ao agente defesa exercer o contraditório e a ampla defesa e demonstrar a viabilidade do empreendimento, o que infelizmente não teria ocorrido”.
Este projeto termelétrico em Rio Grande é visto como estratégico pelo Estado do Rio Grande do Sul, porque também abrange uma planta de regaseificação de GNL e a instalação de um píer no Porto de Rio Grande para atracação dos navios que trarão o combustível. Não parece!
*Editor do Caminhos da Zona Sul