Os dados da Sondagem revelam ainda que, além dos desafios impostos pela pandemia, entra em cena um novo obstáculo ao crescimento do setor: a alta dos preços. “O aumento da inflação tem impactado negativamente não só a retomada no segmento de minimercados, mas também da atividade econômica como um todo. Além de elevar os custos de produção, o aumento inflacionário tem pressionado o poder de compra dos consumidores, freando o ímpeto pelo consumo”, explicou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Diante da irrupção da crise, apenas 29,4% dos entrevistados relataram ter implementado alguma medida para proteger suas vendas. Dentre as principais ações, foram citadas as promoções (64,6%), a implementação de vendas via delivery (22,1%) e o aumento das ações de marketing (19,5%). Entre estes, 83,2% dos casos os entrevistados revelaram que essas ações permanecem ocorrendo até o momento presente.
Quando questionados sobre as formas de financiamento na crise, 67,8% responderam que o negócio se autofinancia, com as receitas custeando as despesas. No que se refere ao aumento de custos, em 69,4% dos casos se afirmou que estes foram repassados integralmente aos consumidores, para 29,1% os repasses foram parciais e para 1,6% não houve o repasse.
A perspectiva, para a maioria dos empresários (56,4%) é de que os preços continuem a aumentar nos próximos meses. “O controle da pandemia tem sido algo muito importante para a retomada, entretanto a inflação tem sido um obstáculo relevante. Controlar a inflação é preservar a poder de compra e restaurar a confiança do consumidor”, completou Bohn.
Apesar do quadro complexo, a retomada da atividade parece estar impulsionando as expectativas dos empresários quanto ao futuro. Para 75,6% dos entrevistados a expectativa é de melhora da economia nos próximos meses, e 74,8% esperam uma melhora das vendas nos próximos seis meses.
Entre os entrevistados, 35,6% dos negócios tinham mais de 10 anos de existência e 63,6% tinham seis ou mais funcionários. Os dados mostram também que os minimercados contam com uma boa diversificação de produtos (frios e laticínios, 93,0%; hortifrutigranjeiros, 82,3%; açougue; 76,1% e padaria, 67,3%), o que aumenta sua competitividade.