JORNAL DO COMERCIO – Jefferson Klein
O complexo eólico Corredor do Senandes em Rio Grande, que hoje tem 108 MW de capacidade instalada (cerca de 3% da demanda média de energia do Estado), aumentará em mais 80 MW sua potência. O parque vendeu energia para o sistema interligado nacional através de leilão realizado em 2011. No entanto, o volume de energia que será acrescido agora será destinado para empresas pertencentes ao grupo controlador da usina, o NC, que conta com várias companhias como a EMS, Brace Pharma (EUA) e NSC Comunicação (antigo Grupo RBS Santa Catarina). O grupo NC adquiriu o parque gaúcho da Odebrecht Energia em 2016.
Quem participou do projeto original e está trabalhando na ampliação do complexo é a Epcor Energia, desenvolvedora de empreendimentos eólicos e fotovoltaicos. O diretor da Epcor Nilo Quaresma calcula que seja possível obter a licença ambiental de instalação para a expansão do complexo ainda neste ano. Tudo transcorrendo dentro dos planos, as obras devem se iniciar em 2020 e em menos de um ano deve começar a nova geração. A iniciativa deve absorver um investimento de cerca de R$ 320 milhões. Além do aumento de capacidade em Rio Grande, que se encontra em estágio avançando, a Epcor pretende desenvolver outros projetos eólicos no Estado.
Dois desses empreendimentos, um de 350 MW e outro de 250 MW, estão previstos para serem construídos em Uruguaiana. Essas estruturas, seguindo adiante, significarão um investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões. A empresa aguarda a licença ambiental prévia para depois decidir se a tentativa de comercialização de energia e, por consequência a materialização da usina, será feita através de leilão ou pelo mercado livre (formado por grandes consumidores que podem escolher de quem vão comprar a eletricidade).
A Epcor possui ainda mais três iniciativas eólicas a serem realizadas em Quaraí, que somam 900 MW e podem implicar um investimento de até R$ 3 bilhões. Após desenvolver os projetos, a Epcor busca investidores para fazer o aporte necessário para a construção do empreendimento. “Quando os projetos estão em fase final, os investidores já estão nos namorando, nos circulando”, diz Quaresma. O diretor argumenta que a dificuldade enfrentada nos últimos anos pelas novas usinas eólicas com a limitação do sistema de transmissão de energia no Rio Grande do Sul devido a atrasos em obras que seriam feitas pela Eletrosul deixará de existir, pois esses empreendimentos (linhas e subestações) foram relicitados. Sobre a concorrência com os competitivos parques eólicos nordestinos, Quaresma comenta que aquela região do País está ficando saturada em relação a projetos dessa natureza.