O primeiro encontro de trabalho do ano de 2016 da diretoria do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), realizado na última segunda-feira, trouxe à mesa de debates dos industriais as questões relativas ao salário mínimo regional e suas implicações diretas na competitividade da indústria gaúcha. A notícia de que o projeto enviado à Assembleia pelo governo estadual prevê reajuste de 9,6% desagrada a classe produtiva local.
Para o presidente do Cipel, Ricardo Coelho Michelon, o salário mínimo regional não está de acordo com a situação econômica atual do país. Ao temer que aprovação do reajuste acarrete no aumento de demissões no setor privado, o presidente destacou os transtornos causados com dois indexadores diferentes regendo a economia nacional. “Com a elevação da folha, a taxa de desemprego sobe. O salário regional é complicado, tanto que o próprio Estado não o cumpre. Nós sustentamos a extinção desse piso”, revela.
Por fim, Michelon lembra que, que a economia gaúcha também enfrentará uma situação ainda mais difícil, resultante dos aumentos das alíquotas de ICMS para gasolina, energia elétrica e telefonia, além de outros setores, que vigoram desde o primeiro dia de 2016. “Isto significa que ficou mais caro produzir no território rio-grandense comparativamente a outros Estados. A escolha adequada seria a de retornar a racionalidade política em 2016”, conclui.