DOCUMENTO É UMA DAS CINDIÇÕES PARA VIABILIZAR RECURSOS PARA A USINA
Jornal do Comercio – Rafael Vigna
O mês de agosto deve ser decisivo para a manutenção dos cronogramas previstos para a instalação da Usina Termelétrica (UTE) planejada pelo Grupo Bolognesi no município de Rio Grande. Por força de contratos assumidos com 38 distribuidoras, a planta precisa dar início às operações em janeiro de 2019. Para isso, ainda é preciso obter a última etapa de licença de instalação (LI) junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Uma revisão final do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) impede a emissão definitiva da autorização. O documento é uma das condições para finalizar a modelagem dos financiamentos necessários para concretizar o investimento, estimado em R$ 3,3 bilhões. O empreendimento será acompanhado de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) e de um gasoduto (com cerca de 9 quilômetros de extensão) que ligará o píer à usina.
A licença para a UTE, conforme explica o gerente-geral de Implantação na Bolognesi Energia, o engenheiro Lúcio Coelho, é aguardada para o final do mês que vem. Caso isso não ocorra, a meta de iniciar as obras no máximo até o primeiro dia útil de outubro não será atingida. O cumprimento deste prazo é essencial para o planejamento, isso porque o grupo tem um longo caminho até concluir todas as fases do aporte. Na usina – considerada o investimento-âncora da planta -, serão 34 meses de obras, que, no pico, envolverão cerca de 2,5 mil empregos diretos.
O objetivo é realizar os primeiros testes de geração em fevereiro de 2018 para concluir a etapa em julho do mesmo ano. A capacidade instalada, inicialmente prevista para 1.238 MW, deve ser ampliada para 1.500 MW, o que corresponde a mais de um terço da demanda do Rio Grande do Sul. “Isso nos daria um colchão de seis meses para eventuais atrasos e imprevistos até que se inicie efetivamente a vigência dos contratos”, comenta Coelho.
Para agosto, também é aguardada a definição dos resultados de uma concorrência que envolve os cinco maiores players internacionais para o fornecimento do GNL. Neste sentido, a capacidade instalada será de 14 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. Como a UTE consumirá apenas 6 milhões de metros cúbicos, restam 8 milhões de metros cúbicos diários a serem deslocados. Segundo Coelho, uma série de conversações em andamento com a Sulgás devem encaminhar a distribuição para novos consumidores. Os licenciamentos do píer, do gasoduto e do navio regaseificador de GNL (chamado de FSRU) terão prazos mais longos. Devem ocorrer entre novembro e dezembro de 2016.
Coelho esteve em Porto Alegre para participar da assinatura do termo de cooperação do Programa Desenvolve RS, que tem o objetivo de criar uma base de fornecedores de produtos e serviços locais para empresas que planejam se instalar no Estado. Na ocasião, o representante da empresa disse que a planta gaúcha, ao lado de um projeto de valores e capacidades de geração similares, no Porto de Suape, em Recife, são essenciais para a expansão do grupo no País. Atualmente, o ramo de energia da Bolognesi possui capacidade instalada para 1,16 GW em 15 empreendimentos próprios localizados nos estados de Goiás, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Amazonas.
Na ocasião, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), Fábio Branco, destacou o potencial da planta da Bolognesi, tanto para a geração de energia quanto para a distribuição de GNL. Branco afirma que, hoje em dia, uma indústria que demande grandes quantidades de gás natural estaria impedida de se instalar no Estado. “Dependemos de um sistema como o Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil) e isso gera uma perda de competitividade para o Rio Grande do Sul. Com esse empreendimento, deixaremos de ser importadores de gás e nos tornaremos exportadores”, avaliou o secretário.
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