O porto de Rio Grande aguarda o sinal verde do governo do Estado para dar início à implementação de um terminal específico para o arroz. O projeto, que será apresentado ao governador Tarso Genro durante a Expointer 2014, traz a promessa de qualificar os embarques e desembarques do grão, além de abrir novos mercados e, finalmente, operar a exportação do produto ensacado. A instalação do novo terminal depende também da conclusão do primeiro lote da obra de modernização do cais do Porto Novo, que deve começar em cerca de três meses. As informações são do Jornal Zero Hora, em matéria assinada pela repórter Luísa Martins.
Para revitalizar os 1.125 metros de cais, o valor previsto é de R$ 97 milhões, já licitados. Além disso, devem ser aplicados R$ 25 milhões na construção do terminal arrozeiro, destinados a três armazéns e à compra de um shiploader (máquina que serve para o embarque de grãos nos navios). Ao longo dos 18 meses previstos para as obras no cais, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) movimentará o arroz no complexo portuário Termasa/Tergrasa e em uma área da indústria Bianchini. O terminal arrozeiro deve ser erguido em uma área de um hectare que hoje é da Brigada Militar e servirá para importação de arroz a granel e para exportação do produto ensacado, o que ainda não é feito em Rio Grande.
De acordo com o diretor técnico do porto, Leonardo Maurano, o espaço teria potencial para movimentar 3 mil toneladas de arroz por dia. Hoje, o volume é de até 2,3 mil toneladas.
– O terminal pode abrir novos mercados para o arroz ensacado, como a África e Oriente Médio – explica Maurano.
De acordo com o porto de Rio Grande, a exportação de arroz no primeiro semestre deste ano aumentou 69,07% em relação ao mesmo período em 2013, de 185,9 mil toneladas para 314,3 mil. A explicação para o crescimento, aponta Maurano, é uma ampliação de 55% – em três anos – no espaço dos terminais para escoamento do grão, o que reforça o potencial e a necessidade de um terminal específico para o arroz. Atualmente, 20% dos grãos são carregados na Cesa e 80% nos terminais Termasa-Tergrasa, Bianchini e Tecon.
– Rio Grande tem investido na modernização de terminais, o que é fundamental em um país que não tem ligado muito para a infraestrutura. E esse novo terminal seria mais um deles – diz Paulo Menzel, presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura.
O grupo de trabalho que tenta implantar o terminal é coordenado pelo presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, e o investimento deve ser feito em parceria público-privada envolvendo a Superintendência do Porto, a Cesa e operadores portuários. De acordo com Pereira, o crescimento da produção e exportação de arroz criou desafios ao escoamento. Entre as vantagens, a agilidade no carregamento do cereal:
– Quanto mais tempo um navio fica atracado esperando, maiores são as tarifas. O terminal dará competitividade ao arroz produzido e industrializado no Estado.
Fonte: Luísa Martins – Jornal Zero Hora