Fonte: Leandro Carvalho – Jornal Agora |
Antes de comentar sobre a possibilidade de investimento do Brasil em um porto no país vizinho, Manteli apresentou dados que apresentam a situação dos portos brasileiros. De acordo com o diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), em 2013, entre todos os portos, o Brasil movimentou 931 milhões de toneladas em cargas e 8,9 milhões de contêineres. Só o Porto do Rio Grande movimentou, no ano passado, 33 milhões de toneladas de cargas e 626 mil contêineres. Ainda segundo Manteli, cerca de 60% da movimentação de cargas é realizada por Terminais Portuários de Uso Privativo (TUP), enquanto que a fatia dos 34 portos públicos é de, aproximadamente, 35%.
O diretor-presidente também mencionou aspectos da Nova Lei dos Portos, de n° 12.815, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado. Dentre eles está a ampliação e modernização dos portos e a abertura e atração de novos investimentos. Manteli apresentou alguns desafios do porto rio-grandino, como a sinalização dos canais, a manutenção do calado permanente e a homologação de calado que permita operar grandes navios. Por fim, ele comentou sobre as notícias de financiamento brasileiro para a construção do Porto de Rocha, no Uruguai. Também explicou que já pediu explicações à presidente, mas não obteve esclarecimentos. A verdade é que as notícias estão circulando. Acho que o Uruguai tem direito a ter seu porto. “Usar nosso dinheiro, que é escasso, para gerar empregos e riquezas lá e ainda fomentar a competição com nossos portos é inaceitável”, criticou o empresário.
O convidado informou, ainda, que a carga movimentada nos portos uruguaios em 2010 foi de 23 milhões de toneladas. “Com o projeto anunciado, a previsão é de movimentação de 80 milhões de toneladas/ano. Vocês acham que o Uruguai irá produzir isso? É claro que não. Será um porto de águas profundas, com 60 pés, para receber meganavios, também da Ásia e da África. Terá calado e menos burocracia. É claro que eles estão visando aos contêineres e granéis dos portos de Buenos Aires, Rio Grande, Santa Catarina, Paranaguá, e até de Santos”.
Sobre o novo porto uruguaio, o presidente da ABTP foi direto: “Rocha vai ser extremamente competitivo. Vai sugar as cargas de nossos portos, enquanto o Brasil ainda precisa desenvolver-se, mas isso não acontecerá se formos priorizar outros portos em detrimento dos nossos. Precisa haver uma pressão da sociedade do Rio Grande, entidades empresariais e trabalhadores. Todos precisam manifestarem-se, porque se ficar só meia dúzia pressionando, não vai adiantar nada”, resumiu.
Fonte: Karoline Ávila – Jornal Agora
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