Dois mil trabalhadores, aproximadamente, do Estaleiro Rio Grande (ERG2), pararam atividades nesta terça-feira, 18. Ninguém entrava e ninguém saia do canteiro de obras, permanecendo todos às margens da BR-392. A principal reivindicação é salarial, seguida de melhores condições de trabalho. Os trabalhadores querem ser informados do dissídio da categoria, cuja data base foi em maio, e cujos índices ainda não sabem e não receberam nos contracheques. Alguns funcionários de subcontratadas denunciam que ainda não receberam os salários de maio.
Outra queixa dos trabalhadores se refere ao pagamento de 25% sobre o salário pela transferência de estado. “Vim da Bahia, mas me ficharam com endereço daqui do Rio Grande pra não ter que pagar meus direitos”, diz Washington Luiz Melo. A redução de valor no vale refeição também faz parte das queixas. “Quando fomos fichados na Baixada Santista, disseram que o vale refeição era de R$ 1.200. Mas essa promessa valeu só pra lá. Aqui, reduziram pra R$ 600”, ressalta Rafael Tavares.
O pagamento das horas extras também é reivindicação. “Não temos o controle das nossas horas. Também não recebemos reembolso das nossas folgas de campo (idas para casa). Mesmo que a gente entregue os recibos, não somos reembolsados. Faz três meses que eu espero a empresa devolver meu dinheiro”, informa Gilson Gomes dos Santos. Leandro Branco Miranda e Diogo Martins Godinho, trabalhadores de uma subcontratada, afirmam que ainda não receberam salários de maio.
Conforme Gilson dos Santos, a manifestação começou já na segunda-feira, 17, porém dentro do canteiro de obras. “Paramos na segunda às 11h e fomos todos mandados para casa de ônibus. E hoje, 18, paramos na primeira hora da manhã. E se não formos atendidos, ficaremos parados por tempo indeterminado”, revelou.
Trabalhadores de uma das subcontratadas também pararam para fazer uma série de reivindicações. Querem hora viagem paga, pois muitos vêm de Pelotas, vale refeição, plano de saúde, 10% de periculosidade, 20% de insalubridade, revitalização dos alojamentos, uniformes e equiparação salarial. “Temos que trazer nossas próprias ferramentas. Não tem uniforme, não tem protetor auricular, não tem roupa para o frio”, diz Maiquel Dias.
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada do Rio Grande do Sul estiveram ontem no ERG 2 para conversar com os trabalhadores e empresas. O presidente Isabelino dos Santos afirmou que em relação ao pagamento de salários atrasados, o sindicato irá exigir o pagamento imediato, mais a multa de um dia de salário por dia de atraso, conforme a CLT. Os trabalhadores prometem seguir com a manifestação nesta quarta, 19.
Fonte: Anete Poll – Jornal Agora
________________________________________________________
Curta o Blog no Facebook
Siga o Blog no Twitter
Receba as atualizações do Blog no seu e-mail (newsletter)