A extensão da malha, projeto acalentado pelos governadores da Região Sul desde 2011, quando receberam a promessa da presidente Dilma Rousseff de incluir a obra no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), havia sido deixado de lado na divulgação do primeiro Plano Nacional de Logística, lançado em agosto passado.
O anúncio da nova estrada de ferro foi feito pela Valec, empresa pública responsável por administrar os programas de operação da infraestrutura ferroviária durante encontro organizado pela Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia gaúcha na tarde de ontem. De acordo com o diretor de operações da companhia, Bento Lima, o investimento para a construção dessa segunda malha será anunciado até o fim de 2013 com a divulgação do segundo Plano Nacional de Logística.
Procuradora vê atrasos e superfaturamento em obras
O trajeto ainda não está definido, mas já causa discussões acaloradas. O traçado proposto inicialmente passaria por Erechim, Carazinho, Santa Cruz do Sul, seguindo para Pelotas em Rio Grande. Mas o governo estuda a possibilidade de um outro trajeto, por Cruz Alta e Santa Maria.
A escolha caberá à Valec, com base em um estudo realizado pela companhia STE, vencedora da licitação. Com sede em Canoas, a empresa tem 12 meses para apresentar um levantamento apontando qual o melhor trajeto para o Estado.
– A expectativa é que o levantamento esteja pronto até o fim do ano – afirmou Zélia d’ Azevedo, da STE.
Além de detalhar a viabilidade comercial e ambiental dos possíveis trajetos da ferrovia, a empresa analisará a criação de um ramal até Uruguaiana, com o objetivo de ligar a ferrovia Norte-Sul a Paso de los Libres. A ideia é que sejam unificados as bitolas de Brasil e Argentina.
Comemorada pelos deputados e prefeitos na reunião, o anúncio da ferrovia no Rio Grande do Sul foi visto com ressalvas pela procuradora da República Lara Martinez.
– O governo mal consegue fiscalizar a malha que já tem – afirmou Lara.
A procuradora citou problemas como atrasos e superfaturamento na porção mais ao norte da ferrovia, que liga Barcarena (PA) a Açailândia (MA).
– A Agência Nacional de Transportes Terrestres multa, mas a empresa entra com recursos e mais recursos e nada acontece – completa a procuradora.
Fonte: Cadu Caldas – Jornal Zero Hora
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