O porto de Rio Grande já está recebendo soja da safra que está sendo colhida e, inclusive, embarcando. No complexo graneleiro Termasa/Tergrasa, o primeiro navio com a oleaginosa deixou o porto em 12 de março, seguindo para a China. Levou 63 mil toneladas do grão, proveniente do Paraná. Devido às filas em Paranaguá, o exportador optou por Rio Grande. Da soja gaúcha, já partiram dois navios destes terminais: o primeiro em 31 de março, com 60.896 toneladas, e o segundo, dia 1º deste mês, com 63.371 toneladas do grão. A chegada do produto, do interior do RS ao complexo, começou em 15 de março. Conforme o diretor-superintendente dos terminais Termasa/Tergrasa, Guillermo Dawson Jr., atualmente, o complexo tem recebido entre 800 e 900 caminhões por dia, carregado com soja gaúcha. E o pico do escoamento deve começar segunda ou terça-feira da próxima semana, quando deverão chegar 1.200 caminhões/dia ao Termasa/Tergrasa, em torno de 700 caminhões/dia ao terminal da empresa Bianchini e 200/dia na Bunge.
A previsão é que o Rio Grande do Sul, este ano, tenha uma supersafra da oleaginosa, com a colheita de aproximadamente 13 milhões de toneladas. Deste total, em torno de 8 milhões de toneladas devem ser escoadas pelo porto rio-grandino, sendo 5,5 milhões pelos terminais Termasa e Tergrasa e, o restante, pelos terminais da Bianchini e Bungue. A soja chega ao porto por vias rodoviária (40 mil toneladas/dia), ferroviária (oito mil toneladas/dia) e hidroviária (duas mil toneladas). Dawson Júnior observa que a situação de Rio Grande, para o escoamento, é diferente da registrada nos portos de Santos e Paranaguá, onde são enfrentadas filas de caminhões e navios, respectivamente. “O Rio Grande do Sul tem quatro terminais especializados, com excelente capacidade de recepção, armazenamento e expedição. Isso faz a diferença. E o sistema de agendamento prévio do recebimento de cargas está funcionando”, afirma. Acrescenta ainda, que o porto do Rio Grande tem condições de atender a oferta de produto gaúcho, do Uruguai, do Paraguai e, se necessário, do Paraná.
Investimentos e agilidade
O diretor-superintendente diz que não haverá problemas para armazenamento, uma vez que o complexo ampliou sua capacidade, investiu nesta área, e tem navios programados. “Neste momento, tem 17 navios se dirigindo para Rio Grande para carregar soja, até 20 de abril. Neles, serão embarcadas, no total, 1 milhão de toneladas. A maior parte destes embarques são para a China”, conta. No que se refere a armazenamento, o complexo tem capacidade estática atual para 502 mil toneladas e estão sendo acrescidos, agora, outros quatro silos com capacidade, juntos, para 20 mil toneladas. Além disso, outro, para 38 mil toneladas, deve ser concluído em breve. A capacidade total ficará em 560 mil toneladas. Tem ainda capacidade de expedição de 90 mil toneladas/dia.
Dawson Júnior garante que há espaço suficiente para armazenagem e que se houver respeito ao agendamento das descargas, não deverão ocorrer filas de caminhões na rodovia, aguardando para descarregamento. Atualmente, os quatro terminais graneleiros do porto rio-grandino estão utilizando sistema de agendamento prévio, sendo que o Bianchini, como também é indústria, não o aplica a todas as cargas. O Termasa e o Tergrasa utilizam o sistema Pampa. Outro fator que deve garantir agilidade no recebimento das cargas de soja é o investimento feito pelo complexo Termasa/Tergrasa em sua infraestrutura. Sua área de recepção foi triplicada – havia uma portaria e agora são três.
Os espaços de controle de qualidade, para verificação de amostragem do produto que chega, foram duplicados: eram dois e agora são quatro. O número de tombadores aumentou de seis para nove.
Estas melhorias já têm reflexo positivo: o caminhoneiro com carga agendada conclui o ciclo de descarga em quatro ou cinco horas, no máximo. O motorista Romualdo Dalla Nora, 59 anos, que terça-feira trouxe 57 toneladas de soja da Cotrijuc, de Júlio de Castilhos, para o complexo, confirma. “Melhorou bastante o sistema de descarga”, observou. Ele contou que já tinha descarregamento agendado para terça-feira, chegou às 11h na área do complexo e por volta das 15h estava concluindo a descarga. “Foram quatro horas. Já estou indo embora”, salientou.
Os investimentos, o agendamento prévio e o calado de 42 pés do porto rio-grandino são questões positivas em relação aos demais portos. No entender de Dawson Júnior, mesmo assim é preciso melhorar, ter mais planejamento e investimentos em hidrovias e ferrovias.
Fonte: Carmem Ziebell – Jornal Agora
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