Diante das informações de irregularidades e fraudes inclusive apontadas por órgãos oficiais em palestra na última Expointer, onde informava que 84% dos azeites de oliva importados não condizem com a realidade do rótulo, o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) lançou um manifesto em defesa do consumidor e da olivicultura brasileira. O objetivo é o de alertar a população brasileira que está sendo iludida ao comprar o produto nos supermercados brasileiros.A nota lembra aos consumidores que o azeite de oliva extravirgem tem um papel fundamental na alimentação e promoção da saúde da população. Entre os benefícios apontados para a saúde estão a redução do risco de doenças cardíacas através dos ácidos graxos monoinsaturados, a melhora dos níveis de colesterol, uma melhor função cerebral e redução do risco de declínio cognitivo, os compostos que têm efeitos anti-inflamatórios, rico em antioxidantes e a regulação dos níveis de glicose.
Por outro lado, de acordo com o Ibraoliva os azeites classificados como virgens, não fazem mal à saúde, mas também não carregam os benefícios de um azeite extravirgem. Em compensação, ainda existem os azeites lampantes, que são impróprios para o consumo humano. “Em audiência pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Paulo Gustavo Celso, auditor fiscal do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, revelou que 84% dos azeites importados ditos extravirgem, avaliados na Análise Sensorial do Ministério da Agricultura e Pecuária, não o são e podem inclusive, causar danos à saúde”, destaca o comunicado.
A nota dos olivicultores salienta ainda que o Ibraoliva forneceu ao Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, laudos técnicos de um laboratório vinculado ao Conselho Oleícola Internacional (COI) que comprovam a existência da comercialização inadequada de azeites virgens, como se fossem extravirgens, em reconhecidos supermercados do país. “Entendemos que tal prática não apenas distorce o cenário da concorrência justa, mas acarreta também uma repercussão de extrema magnitude: a disseminação de engano e desinformação entre a população. O consumo de produtos que não atendem às expectativas de qualidade e aos benefícios à saúde é um problema de alta relevância e precisa de um alerta à população”, ressalta o manifesto.
O Ibraoliva, em seu comunicado, revela ainda que entende que um produto de qualidade apresenta de forma clara e correta as informações de classificação no seu rótulo bem como é aprovado nas análises físico-químicas e sensoriais que obrigatoriamente fazem parte das etapas necessárias para se avaliar e classificar um azeite de oliva no país. “O Ibraoliva reafirma o nosso engajamento em promover uma olivicultura sólida no Brasil, caracterizada por um azeite de oliva que se destaca pela qualidade, autenticidade e transparência. Nossa meta é assegurar que as classificações, qualidade e identificação dos azeites de oliva estejam em total consonância com as expectativas dos consumidores brasileiros”, reafirmam os olivicultores no comunicado.
Por fim, a nota reforça que a investigação e a subsequente divulgação deste assunto pelos meios de comunicação “desempenharão um papel crucial em conscientizar os consumidores sobre a real natureza dos produtos que estão adquirindo, bem como estimular uma supervisão eficaz por parte das autoridades competentes”.