Em visita ao Uruguai, na terça-feira (3), o ministro das Relações Exteriores, embaixador Carlos Alberto Franco França, reforçou ao chanceler uruguaio Francisco Bustillo a estimativa de que o projeto da Hidrovia da Lagoa Mirim, que integrará comercialmente por via fluvial o sul do Brasil ao nordeste do país vizinho, possa sair do papel ao longo de 2023. O projeto é tratado pelos governos brasileiro e uruguaio há pelo menos seis décadas.
A Hidrovia da Lagoa Mirim ligará o sul do Rio Grande do Sul ao nordeste do Uruguai e a iniciativa está sendo considerada fundamental para ampliar a integração comercial binacional, especialmente na área do agronegócio e a possibilidade de ser o embrião de uma futura fábrica de celulose na região sul do RS. Ele ajuda a resgatar o desenvolvimento econômico das cidades fronteiriças.
Incluída na lista de projetos prioritários do governo federal, a hidrovia passou a integrar, no ano passado, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), sendo, inclusive, a única proposta envolvendo o modal hidroviário. Em novembro de 2021, teve sua concessão autorizada pelo Palácio do Planalto, dando o pontapé inicial para o lançamento do edital, que aconteceu em novembro e agora este encontro ratifica que a ideia está evolouinos e tratada com atenção pelos dois países.
LICENCIAMENTO
Em fase avançada de estudo de viabilidade técnica e ambiental – a cargo de uma empresa privada de engenharia e já entregue, a hidrovia tem seu potencial destacado pelo governo federal, que considera o transporte pelo trecho da Lagoa Mirim como um projeto piloto para a implementação de um futuro programa nacional de investimento no modal hidroviário.
Para os municípios que serão diretamente beneficiados pela obra, não por acaso regiões que carecem de investimentos, atração de empresas e geração de emprego, a hidrovia representará uma possibilidade de resgatar o desenvolvimento de anos atrás, quando a navegação fluvial na região já foi geradora de riqueza.
Pelo projeto, poderão ser transportados pelos mais de 300 quilômetros de extensão insumos agropecuários, fertilizantes e cargas de grãos e madeira, até então escoados exclusivamente pelas estradas, e mediante altos custos.