No terceiro trimestre de 2021, conforme divulgado pela Seplag-RS/DEE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou recuo de 3,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal. Esse resultado sucedeu uma alta de 2,1%, e, portanto, interrompeu uma sequência de altas iniciada no 3º T de 2020. Ao observar o acumulado em 4 trimestres, a variação foi de 8,8%, sendo que no trimestre anterior, essa mesma taxa foi de 6,9%. Para o Brasil, as variações foram de -0,1% na margem e de 3,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2020, conforme o IBGE.
O PIB do terceiro trimestre de 2021 foi 4,2% superior ao do terceiro trimestre de 2020 no Rio Grande do Sul. No caso do país, a variação foi de 4,0%. Sob a ótica da produção, o aumento de 4,2% do 3º trim/21 foi reflexo da alta de 16,0% da agropecuária, de 3,1% da indústria e de 6,0% dos Serviços. A agropecuária cresceu em cima de uma base deprimida em função dos efeitos da estiagem ocorrida no ano passado. Na indústria, o resultado positivo teve participação importante do aumento de 3,9% na indústria de transformação, que se beneficiou de investimentos associados ao setor agropecuário (máquinas e equipamentos) e à indústria couro-calçadista. A construção civil também registrou bom desempenho ao avançar 8,8%. Nos Serviços, que cresceu 6,0%, tem destaques a recuperação do comércio (7,6%), dos Transportes, armazenagem e correios (9,4%) além dos outros serviços (12,0%), segmento que contempla os serviços ligados às famílias e que, portanto, vem impulsionado pelas flexibilizações com o avanço da vacinação.
No resultado do PIB na margem, ante o segundo trimestre de 2021, pesou mais a queda do setor agropecuário (-10,0%), que contrastou com as altas do nos Serviços (1,5%) e na Indústria (1,7%). Especificamente nos Serviços, o bom desempenho de Outros Serviços (4,9%) deixa claro o quão determinante tem sido o maior controle da situação pandêmica com a vacinação para assegurar o avanço da normalização em alguns segmentos extremamente dependentes da circulação de pessoas. Além disso, diante da possibilidade de atender a demanda reprimida por serviços e com orçamentos apertados pela inflação, o consumo de bens perdeu força, conforme fica claro pelo desempenho do Comércio (-0,3%). Se antes se demandavam bens em detrimento de serviços, o processo agora tende a ser inverso. Apesar de continuarmos avançando na reabertura das atividades, o cenário é desafiador, com a expansão do consumo – seja de serviços, seja de bens – limitada pela inflação, que comprime a renda das famílias, e pelo crédito, que tende a ficar cada vez mais caro com o ciclo de altas na Selic.