Superávit comercial cresceu 6,2% em relação a 2019
A queda das importações em ritmo maior que o recuo das exportações fez a balança comercial encerrar 2020 com superávit maior do que em 2019. No ano passado, o Brasil exportou US$ 50,995 bilhões a mais do que importou, alta de 6,2% em relação ao superávit observado em 2019. Pelo critério da média diária, que divide o saldo total pelo número de dias úteis, o crescimento somou 7%.
O superávit cresceu pela primeira vez depois de dois anos seguidos de queda. Em 2017, o indicador bateu recorde, atingindo US$ 66,989 bilhões. Depois disso, o superávit caiu para US$ 58,033 bilhões em 2018 e US$ 48,035 bilhões em 2019.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 209,921 bilhões, com recuo de 6,1% em relação a 2019 pelo critério da média diária. As importações somaram US$ 158,926 bilhões, com retração de 9,7% também pela média diária. Como as compras do exterior caíram mais do que as vendas, o saldo comercial cresceu no acumulado do ano.
Por causa da pandemia da covid-19, o Brasil passou a exportar menos à medida que o consumo mundial caiu. Em contrapartida, o país também passou a comprar menos do exterior por causa da alta de quase 30% do dólar no ano passado.
DEZEMBRO
O superávit da balança comercial poderia ter sido maior não fosse o desempenho de dezembro. No mês passado, o Brasil registrou saldo negativo, importando US$ 42 milhões a mais do que exportando.
O recuo das exportações em dezembro foi puxado pela agropecuária, cujas vendas para o exterior caíram 21,4% no mês passado em relação ao mesmo mês de 2019. Isso se deve à antecipação de embarques de diversos produtos, como soja (-91,7%) e arroz com casca ou bruto (-99,6%). Como as vendas se concentraram até novembro, os embarques caíram no mês seguinte.
As exportações da indústria extrativa encolheram 8,8% em dezembro, puxada por minérios de alumínio (-56,3%) e por óleos brutos de petróleo (-57,1%). Somente as exportações da indústria de transformação cresceram no mês passado, tendo subido 0,9% na comparação com dezembro de 2019. As principais altas foram registradas no açúcar processado, com aumento de 103,3%, no ouro processado (+56%) e nos combustíveis (+48,9%).