Grupo analisa possibilidades para atuar na atividade portuária
Os credores da Ecovix, proprietária do Estaleiro Rio Grande, aprovaram nesta terça-feira o plano de recuperação da empresa. Após as apresentações iniciais, a assembleia, ocorrida em Rio Grande, teve intervalo para que os 150 participantes pudessem analisar os ajustes realizados na proposta. Com a aprovação pela maioria dos integrantes das quatro classes de credores (trabalhistas, com garantias, sem garantias e empresas de pequeno porte), o plano precisa ser homologado pela Justiça.
O governador do Estado, José Ivo Sartori, comemorou a decisão. “Isto pode representar uma retomada gradual da geração de empregos e renda na Região Sul do Estado”, projetou.
A decisão evita a falência da empresa. “É um primeiro passo para a reestruturação financeira para depois possibilitar a recuperação operacional”, disse um dos advogados do grupo, Alexandre Faro. Fazem parte do plano de reestruturação a alienação de ativos e o pagamento de credores. Uma consultoria especializada do setor elaborou um estudo para avaliar a potencialidade da operação além da construção de plataformas de petróleo.
O grupo Ecovix analisa a possibilidade de ingressar na atividade portuária, com atracação de embarcações e movimentação de cargas, reparos em plataformas petrolíferas e embarcações, processamento de aço para a indústria metalmecânica e finalização da plataforma P-71, que está 30% montada no dique seco. Para isso, será necessário encontrar comprador externo. A movimentação de carga não afetaria a operação naval.
As dívidas chegam a R$ 7 bilhões. Os ativos são avaliados em 1 bilhão de dólares, incluindo o maior dique seco do Hemisfério Sul e dois pórticos, um para 600 toneladas e outro para 2 mil toneladas. A empresa começou a ter problemas quando o nome de um de seus diretores apareceu nas investigações da operação Lava Jato. A Ecovix já empregou 10 mil pessoas no estaleiro. Atualmente, 60 pessoas trabalham na manutenção do local e corte de chapas. Cinco cascos de plataformas foram entregues antes de a empresa ter o contrato rompido pela Petrobras.