Neste domingo cedo, início do sétimo dia da greve dos caminhoneiros, o Rio Grande do Sul tinha 164 pontos de manifestações, somando tanto a malha federal, quanto a estadual. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM). Nas estradas estaduais, dados do CRBM, às 6h, indicavam que haviam 67 pontos, todos sem interdição. Nas rodovias federais, segundo relatório das 22h de sábado apontava 97 trechos bloqueados. Em mais de 60 municípios, houve o registro de manifestações a favor da greve.
Rio Grande do Sul tem mais pontos de bloqueios em estradas federais no Brasil
Na noite de sábado, segundo levantamento da PRF, o rasil tinha 554 pontos bloqueados em rodovias federais. O Estado com maior número de estradas é no Rio Grande do Sul, com 97. Seguido de Santa Catarina, com 67, e Paraná, com 60. A instituição não tem prazo para divulgar os primeiros dados do domingo.
GREVE DOS PETROLEIROS
Petroleiros decidem entrar em greve a partir de quarta-feira. Na pauta de reivindicação, trabalhadores pedem a saída de Pedro Parente da Petrobras
A Federação Única dos Petroleiros indicou que iniciará uma greve por 72 horas a partir das meia-noite da próxima quarta-feira. O objetivo da manifestação é reduzir os preços do gás de cozinha e dos combustíveis. Os trabalhadores também pedem a saída imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente, a quem atribuem, “com aval do governo Michel Temer”, ter mergulhado o país “numa crise sem precedentes”. Conforme o sindicato, as manifestações já se iniciarão neste domingo, quando os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição em refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: a Refap, em Canoas, além de Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia. Atos também foram programados para segunda-feira em todo o sistema Petrobras.
Ministro vai levar para Temer novas propostas para tentar encerrar greve dos caminhoneiros
Carlos Marun se reuniu na noite deste sábado com lideranças do movimento grevista em São Paulo.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse na noite deste sábado (26) que vai levar para o presidente Michel Temer novas propostas para tentar encerrar o movimento dos caminhoneiros. Marun se reuniu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, com o governador Márcio França (PSB) e lideranças do movimento dos caminhoneiros de São Paulo.
Entre as propostas que serão levadas para Brasília, Marun destacou a garantia de que o desconto de 10% no valor do diesel vai chegar na bomba de forma efetiva, a possibilidade de que a manutenção do preço seja ampliada de 30 para 60 dias e o fim da suspensão da cobrança de tarifa de pedágio para eixo elevado dos caminhões para todo o país. “Essa é a tarefa que eu levo que Brasília. Nesse tempo, eles (líderes do movimento) vão perguntar, consultar as suas bases”, afirmou Marun. O governador de São Paulo, lideranças do movimento dos caminhoneiros e um integrante do governo federal devem voltar a se reunir por volta das 15h deste domingo, no Palácio dos Bandeirantes, para chegar a uma posição final sobre essas três propostas. “O movimento dos caminhoneiros já é vitorioso e o que queremos é que agora ele possa amenizar o sofrimento dos brasileiros. Amanhã (domingo) queremos celebrar um acordo”, afirmou Marun.
RIO GRANDE DO SUL
BM vai escoltar veículos com produtos essenciais à população. Com gabinete de crise, governo espera sensibilizar motoristas para a passagem de carregamentos prioritários
Gabinete de crise do governo do RS funcionará na SSP | Foto: Mauro Schaefer
O governo do Estado anunciou neste sábado a criação de um gabinete de crise para minimizar os efeitos causados pela greve dos caminhoneiros no Estado. O grupo garantiu ainda que a Brigada Militar deverá escoltar veículos com cargas essenciais, como medicamentos, insumos para tratamento de água, combustível para viaturas de emergência e transportes públicos e alimentos para presídios e hospitais. Uma sala localizada na sede da Secretaria de Segurança Pública servirá como QG para o monitoramento da situação no estado. Conforme o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Alexandre Martins, a ideia é sensibilizar caminhoneiros para que eles permitam a passagem de carregamentos considerados prioritárias. “Vamos avaliar como buscar um caminhão que tenha carga prioritária. A nossa ideia é colocar um adesivo para identificá-lo”, ressalta.
Martins também garantiu que o gabinete já tem uma lista com policias habilitados a dirigir veículos pesados. “Se for necessário, vamos buscar outras alternativas, que a gente já tem uma levantamento, mas acreditamos que nosso efetivo será suficiente para fazer o transporte. A gente conta com as empresas utilizem seus próprios motoristas. E a BM, no máximo, vai utilizar efetivo para fazer acompanhamento do transporte dessas cargas”, destaca.
O vice-governador José Paulo Cairoli, coordenador do gabinete de crise, reconheceu a legitimidade do movimento dos caminhoneiros, mas refutou qualquer responsabilidade do Palácio Piratini. “Não queremos resolver um problema que não é nosso”, afirmo. Cairoli reiterou que o Estado precisa minimizar os efeitos da paralisação. O vice-governador explicou que as escoltas – iniciadas neste sábado – serão reforçadas no domingo.
AEROPORTO SALGADO FILHO
Garante operações até segunda-feira. Conforme Fraport, duas carretas com combustível chegaram ao Salgado Filho no sábado
Aeroporto segue operando com níveis de reserva de combustível | Foto: Samuel Maciel / CP Memória
O aeroporto Salgado Filho tem operações garantidas até a segunda-feira, informou a Fraport, que administra o terminal. De acordo com a empresa, o aeroporto recebeu neste sábado duas carretas com combustível. No entanto, o aeroporto segue operando no nível reserva. A Fraport mantém a orientação para que os passageiros busquem informações sobre seus voos junto às companhias aéreas. Em seu sexto dia, a greve dos caminhoneiros afeta o funcionamento de pelo menos 11 aeroportos do Brasil.
Porto do Rio Grande
A Superintendência do porto do Rio Grande comunica que a paralisação dos caminhoneiros afetou significativamente a importação e exportação de cargas, visto o transporte rodoviário ser responsável por cerca de 80% desta movimentação em todo complexo portuário. Comunicamos que inexistem manifestações diretas em torno da área portuária e que os terminais público e privados estão trabalhando internamente realizando os serviços possíveis e necessários ao mesmo tempo que aguardam as tratativas da categoria do transporte rodoviário para que, tão logo seja superado este impasse, retomem as atividades junto ao Porto do Rio Grande.
Janir Branco
Diretor Superintendente
Supermercados
Responsável pelo abastecimento de 90% dos itens de necessidade básica dos gaúchos, o setor supermercadista não ficará desabastecido de alimentos nas próximas semanas. A afirmação é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, que busca tranquilizar os consumidores com relação aos estoques das lojas do segmento. “Se a paralisação dos caminhoneiros perdurar, faltarão produtos pontuais, mas o desabastecimento completo não ocorrerá. Os consumidores seguirão encontrando produtos alimentícios, bebidas e itens de higiene e limpeza nos supermercados, a menos que a greve se estenda por muitas semanas. O Estado possui 4,4 mil supermercados e, se o cliente não encontrar algo em uma loja, poderá encontrar este mesmo item em outro ponto de venda”, afirma. O presidente da Associação destaca a gravidade da paralisação, mas garante que a preocupação do setor supermercadista não é com o desabastecimento das gôndolas. “Há situações muito mais preocupantes, como a impossibilidade do deslocamento das pessoas e os problemas relacionados à saúde pública, com a falta de medicamentos e de tubos de oxigênio nos hospitais. Comida não vai faltar”, garante Longo. Segundo o supermercadista, o consumidor está acostumado a migrar de produtos para economizar, e saberá compor sua cesta de compras com os produtos disponíveis nos supermercados. “Se faltar pão, o cliente migra para um biscoito. Se faltar requeijão, migra para a margarina, e assim por diante. Não há motivo para pânico”, exemplifica.
O presidente da Agas informa, ainda, que os supermercados aguardam para as próximas horas um desfecho positivo para a greve. “Entendemos que os caminhoneiros mostraram a força do povo brasileiro ao Governo. A paralisação se fez necessária, mas é hora das partes chegarem a um acordo definitivo para o problema, que é de todos”, conclui Longo.
Serviços básicos são afetados pela paralisação
Itens da merenda como arroz, açúcar e leite, começam a faltar nas escolas municipais. Mesmo com acordo firmado entre líderes dos caminhoneiros e o Governo Federal, na noite de quinta-feira (24), os manifestantes seguem com o movimento contra os elevados valores praticados no comércio de combustíveis no país. Na Zona Sul do Rio Grande do Sul, municípios emitiram notas de apoio e adesão à paralisação, convocada por Famurs e Azonasul. Em Pelotas a adesão foi parcial e determinou a interrupção de atividades não consideradas essenciais; todavia, algumas escolas já são atingidas pela crise do combustível, com estoques baixos de arroz, açúcar e leite.
Hemodiálise e doações de órgãos são priorizadas
A Secretaria de Saúde (SMS) conseguiu abastecer três veículos, nesta sexta-feira (25). Para economizar o combustível, o serviço de transporte de pacientes entre municípios, realizado pelos carros de passeio, está suspenso. Por enquanto, três ambulâncias do Samu atuam na cidade, sem as motocicletas de apoio, para casos de urgência e transplante de órgãos. O serviço de transporte de pacientes para consultas nas cidades de Porto Alegre e Bagé, realizado de segunda a sexta-feira por um ônibus de 45 lugares fretado, será mantido, por enquanto.
No domingo (27), o transporte dos profissionais da rede de urgência e emergência será garantido com o apoio de um ônibus da Secretaria de Educação e Desporto (Smed) e de uma van da SMS, para evitar que unidades de atendimento sejam fechadas pela falta de funcionários.
Merenda pode faltar
A merenda escolar começa a ser comprometida pela paralisação dos motoristas. Em alguns colégios, itens como arroz, açúcar e leite já faltam nas dispensas. O gás de cozinha também é outro item que chega às escolas com dificuldade. O transporte escolar está garantido até a segunda-feira (28). As instituições de educação Marechal Rondon e João da Silva Silveira, localizadas na Colônia de Pelotas, não funcionam à noite enquanto o transporte coletivo não normalizar – empresa Bosembecker não está mais fazendo o atendimento.
Operações Integradas continuam
Durante o final de semana as forças de segurança do município realizam as Operações Integradas, parte do Pacto Pelotas pela Paz, normalmente. Na segunda-feira (27), a Guarda Municipal volta a atuar no mesmo esquema utilizado nos últimos dias: viaturas permanecem em pontos base; saem para fazer o atendimento as ocorrências e retornam.
Coleta seletiva é interrompida
Na quarta (23), o Sanep havia comunicado mudança em seus horários de atendimento: das 12h30 às 18h30. A partir desta sexta (25), o serviço de coleta seletiva da zona urbana está suspenso, bem como o recolhimento de resíduos da zona rural. Ambas as ações tem o objetivo de economizar e manter serviços essenciais, e a autarquia municipal solicita que a população guarde o lixo reciclável em casa. Os Ecopontos funcionam até sábado (26) e a coleta de resíduos orgânicos está garantida até a terça-feira (29).
Agentes de trânsito utilizam motos
Para atender acidentes, os agentes da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) utilizam somente motos, e realizam rondas a pé. Os automóveis são reservados para situações de emergência.
Horário diferenciado no transporte público
Enquanto houver desabastecimento na cidade, os ônibus do transporte coletivo funcionarão com os horários da tabela de sábado durante a semana e não haverá o “corujão” – a última saída do Centro será à meia-noite e meia (0h30min). No sábado, a tabela de domingo será utilizada, com reforços nos horários de pico. No domingo não haverá atendimento.
Serviços de encomendas suspenso
A Estação Rodoviária de Pelotas adotou a suspensão do serviço de encomendas, enquanto a paralisação nas estradas permanecer. As linhas intermunicipais sofrerão mudanças em seus horários, a partir deste sábado (26). As empresas parceiras da Eterpel adotaram o horário de sábado nos dias normais, e de domingo no final de semana. Para esta sexta-feira (25), passagens com destino para Porto Alegre estão esgotadas.
Patrolamento suspenso na zona rural
A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) atenderá apenas casos de emergência no interior do município. O serviço de patrolamento, que exige o envio de funcionários para locais muito distantes, está suspenso. O objetivo é economizar combustível. A inspeção municipal nos abatedouros da região também terá seu atendimento reduzido, em função dos próprios estabelecimentos não receberem animais para o abate.
Assistência Social não se deslocará
Enquanto a economia de combustível se fizer necessária, os serviços de busca ativa e estudo social dos Centros de Referência (Cras), Centros de Referência Especializados (Creas) e o Cadastro Único estão paralisados, mas o atendimento ao público, nos locais, permanece em funcionamento. A fim de garantir o atendimento das unidades da rede municipal no domingo (27), um esquema de transporte dos profissionais foi elaborado, utilizando os veículos da própria secretaria. No Restaurante Popular o almoço está garantido até terça-feira (29), e a situação será avaliada na próxima semana.
Saibro e material de iluminação não chegaram
A Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui) não poderá realizar o serviço de saibramento das vias da cidade, e tão pouco a requalificação da iluminação pública. Os caminhões que trazem os materiais estão trancados nas manifestações das rodovias.
UFPEL suspende atividades acadêmicas
Diante da crise nos serviços de transporte e a dificuldade de pleno desenvolvimento das atividades da Universidade Federal de Pelotas, a Administração Central comunica que, na segunda-feira, dia 28 de maio:
a) todas as atividades acadêmicas estão suspensas;
b) as atividades administrativas estão mantidas, mas pede-se a compreensão das chefias por eventuais atrasos ou descontinuidade nos serviços;
c) o Restaurante Universitário do Capão do Leão não abrirá;
d) o Restaurante Universitário da Telles atenderá somente os bolsistas;
e) o Restaurante Universitário da Santa Cruz funcionará normalmente.
Informa ainda que, no final de semana, o Restaurante Universitário terá funcionamento normal.
Na segunda-feira à tarde, a Administração Central vai se reunir para avaliar a situação do momento e emitir comunicado com novas orientações.
UCPEL – Comunicado – Suspensão das atividades
FURG suspende aulas nesta sexta, 25, e sábado, 26 |
Com a redução da oferta de serviços de transporte coletivo nesta quinta-feira, 24, e a possibilidade de agravamento nos próximos dias, a FURG decidiu suspender as aulas em todos os campi nesta sexta-feira, 25, e sábado, 26. A proposta de reestruturação do Calendário Universitário será submetida ao COEPEA, visando à recuperação das atividades não realizadas nestes dias. As atividades administrativas e demais atividades acadêmicas serão mantidas. Também seguirão inalterados os serviços do Grupo de Vigilância, Hospital Universitário e os considerados essenciais e intransferíveis. A Reitoria da FURG continuará monitorando a situação durante o final de semana, a fim de se pronunciar oficialmente sobre as atividades previstas para a segunda-feira, 28. |
CIERGS entra com ação judicial pedindo fim de bloqueio das estradas
O Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (CIERGS) ingressou, nesta sexta-feira (25/5), na Justiça Federal do RS com ação judicial contendo pedido liminar para o fim do bloqueio e desobstrução das vias federais e estaduais pelas quais são transportados produtos das indústrias gaúchas associadas. Para o presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS/CIERGS), Gilberto Porcello Petry, a paralisação dos caminhoneiros em rodovias do País, além de prejudicar a população, traz consequências para a indústria gaúcha, na medida que impede as mercadorias de chegarem aos seus destinos. Mesmo considerando as manifestações legítimas, Petry afirma que as mesmas não devem comprometer o fluxo de cargas e de pessoas. “O bloqueio das estradas agride o direito constitucional assegurado de ir e vir das pessoas no Brasil”, afirma.