NOVA PONTE DO GUAÍBA NÃO SAI ANTES DE 2019

    Obras estão em andamento, mas avançaram pouco desde final de 2017 CLAITON DORNELLES /JC – Jornal do Comércio

    Igor Natusch – Jornal do Comércio

    Iniciadas no distante outubro de 2014, as obras da nova ponte do Guaíba, em Porto Alegre, estão bem longe da conclusão. Em novembro do ano passado, a partir da inclusão do empreendimento no Programa Avançar, do governo federal, o otimismo tomou conta dos responsáveis, e chegou a ser feita uma projeção ousada: de que a estrutura poderia ser entregue no final de 2018. Passados alguns meses, a superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-RS) adota metas bem menos eufóricas: agora, a projeção é de entregar a ponte em algum momento do segundo semestre de 2019.

    De acordo com o Dnit-RS, foram empenhados, no final do ano passado, R$ 190 milhões para o empreendimento, que serão utilizados nas obras da ponte no decorrer do ano de 2018. Com esse aporte, a expectativa é de que 80% dos trabalhos sejam concluídos – no momento, cerca de 57% da obra está pronta. Ou seja, sem que surjam novos recursos em um curto espaço de tempo, é impossível que a obra seja entregue em sua plenitude até dezembro deste ano. Uma dotação extra, insinuada em novembro do ano passado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, não deu sinais de materialização desde então. Embora estejam em andamento, as intervenções avançaram pouco nos últimos quatro meses.

    Em dezembro do ano passado, o mesmo Dnit-RS estimava em 55% o percentual de conclusão das intervenções. Além disso, é grande a possibilidade de mais demora, na medida em que não há definição sobre o reassentamento das famílias que precisarão ser deslocadas para que a obra possa avançar. Três áreas devem ser necessárias para o recebimento das mais de mil famílias atingidas, além de 33 estabelecimentos comerciais. Em agosto, um terreno de 21 mil metros quadrados foi repassado do governo estadual para a União.

    Na área, além de duas alças de acesso, está prevista a construção de condomínios populares, com objetivo de reassentar as famílias da Vila do Tio Zeca. Os terrenos que abrigarão os moradores da Vila Areia e da Ilha Grande dos Marinheiros, contudo, seguem em análise pelo Dnit-RS. Após essa definição, será preciso concluir a desapropriação de todas as áreas e obter as licenças ambientais, além de aprovar os projetos de infraestrutura e efetuar as licitações para erguer os conjuntos habitacionais e promover a urbanização das áreas. Para que a construção da ponte não fique parada, seria necessário que tudo estivesse concluído no primeiro semestre de 2019 – uma previsão que vai ganhando em otimismo e perdendo em viabilidade na medida em que os meses avançam.

    Em resposta à reportagem, a assessoria do Dnit-RS limita-se a declarar, no momento, que os projetos estão “em fase de aprovação”. Quando concluída, a nova ponte terá uma extensão de 12,3 quilômetros, com 28 metros de largura nos vãos principais e duas faixas de rolamento, além do acostamento e do refúgio central. A estimativa do Dnit-RS é de que a estrutura seja utilizada por 50 mil veículos por dia. A obra tem custo total de R$ 757,5 milhões.

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