Reunião no Rio de Janeiro, na última segunda-feira (19), visou tratar sobre a continuidade do Polo Naval de Rio Grande, contou com a participação do superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, que representou o governo do Estado. O encontro com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ocorreu após a demissão de mais de 3 mil trabalhadores do Estaleiro Rio Grande e contou com a presença de autoridades locais.
“Fomos muito bem recebidos pela direção da Petrobras, mas o assunto é extremamente sério e delicado para a cidade e o Estado”, disse Janir Branco. “Foi-nos relatada a situação da indústria naval brasileira e a realidade encontrada na Petrobras, que foi muito abalada pelos casos de corrupção conhecidos por todos”, explicou o superintendente.
O presidente Pedro Parente informou as atitudes tomadas para garantir o pagamento dos trabalhadores da Ecovix – Engevix Construções Oceânicas. “A Petrobras garantiu o pagamento da rescisão aos trabalhadores criando uma conta conjunta e depositando valores para esse fim específico”, salientou Branco. Além disso, a Petrobras assegura a manutenção do Estaleiro Rio Grande pelo período de um ano com cerca de 300 funcionários. Esse seria o tempo necessário para que os acionistas do empreendimento busquem novos parceiros, clientes e investidores.
“A situação financeira da Petrobras também não é favorável a investimentos de alto risco e, segundo informações repassadas pela direção da estatal, estão sendo firmados contratos de leasing para novas plataformas”, concluiu Branco. A direção da Petrobras reafirma a importância do Estaleiro Rio Grande para o país visto possuir um dos maiores diques secos do mundo.
Participaram da comitiva além de Branco, o vereador Julio Cesar Pereira Silva representando a Câmara de Vereadores, o vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande Danilo Giroldo, assessor especial da Casa Civil da Presidência da República Eduardo Krause e o prefeito de Rio Grande Alexandre Lindenmeyer.
Entenda o caso
O Polo Naval de Rio Grande foi criado em 2005 com a instalação da empresa QUIP (atual QGI) para a construção dos módulos da plataforma P-53. Desde o início, o complexo de indústria naval esteve dentro da área do Porto Organizado do Rio Grande. Após a chegada da QUIP, teve início o processo de construção do Estaleiro Rio Grande que pertencia ao grupo WTorre. O Estaleiro passou a ser administrado posteriormente pela Engevix Construções Oceânicas conquistando um contrato para a construção de oito cascos de plataformas. Em dezembro deste ano foi entregue a terceira encomenda à Petrobras e, após, o anúncio do encerramento do contrato e demissão de mais de 3 mil funcionários. Nesta semana foi aceito pela Justiça o pedido de recuperação judicial da empresa.