Depois de o governo federal liberar duas parcelas de recursos que totalizam R$ 42 milhões, o consórcio liderado pela Queiroz Galvão retomou as obras da nova ponte do Guaíba. O ritmo dos trabalhos havia se reduzido em novembro do ano passado e praticamente estagnado no último mês de maio em razão da escassez financeira. Os serviços recomeçaram em meados de outubro, assim que o Palácio do Planalto destinou R$ 22 milhões para o projeto. Em seguida, o governo liberou mais R$ 20 milhões e, até o final do ano, promete a complementação de outros R$ 42 milhões.
Em julho, após reunião com a bancada gaúcha, o presidente Michel Temer havia anunciado R$ 100 milhões para que as obras fossem retomadas. Entretanto, o governo fechou o valor para este ano em R$ 84 milhões, cifra superior aos R$ 70 milhões que haviam sido solicitados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para o recomeço dos trabalhos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado (Siticepot), em torno de 80 funcionários foram recontratados no último mês. A entidade está analisando currículos e os repassando ao consórcio, que, aos poucos, está chamando operários.
— Não chegaremos até o final do ano nem na metade do efetivo que tínhamos quando as obras paralisaram, mas ao menos um bom número está sendo recontratado — comenta o presidente do Siticepot, Isabelino dos Santos.
Cerca de 700 pessoas chegaram a trabalhar, simultaneamente, na obra quando o ritmo estava acelerado. Assim que os serviços diminuíram, somente 80 funcionários passaram a exercer atividades básicas do projeto, como segurança e manutenção.
Inauguração prevista para outubro de 2017 deve atrasar em pelo um ano
Iniciada em outubro de 2014, a obra da nova ponte estava prevista para ser inaugurada em outubro de 2017. No entanto, o Dnit prevê que a pausa atrase a entrega em pelo menos um ano. O órgão incluiu no orçamento do próximo ano o pedido de R$ 255 milhões para dar fôlego ao projeto, mas não há qualquer garantia de repasse do valor. A destinação da verba depende da votação do orçamento de 2017 pelo Congresso, o que deve ocorrer em dezembro.
Caso deputados e senadores garantam recursos significativos para os próximos dois anos, o superintendente do Dnit no Estado, Hiratan Pinheiro da Silva, prevê a inauguração da nova travessia sobre o Guaíba para os últimos meses de 2018. Atualmente, 38% da obra está concluída.
— A retomada é animadora para o mercado, tanto para as empresas, quanto para a geração de empregos, porque trabalhamos com empreendimentos vultosos — afirma Silva.
Já o presidente do Siticepot não demonstra tanto otimismo:
— O ritmo acelerado que a obra estava quando paralisou só será retomado no ano que vem e só se continuar o repasse de dinheiro pelo governo federal. Caso a intenção fosse acelerar a obra, só seria possível com uma injeção muito forte de dinheiro e dobrando o número de contratações. Mas isso o governo não vai fazer, porque não está conseguindo nem pagar o que já foi feito.