No final da tarde da última segunda-feira (9), a diretoria da Câmara de Comércio recebeu diretores do Grupo Bolognesi, o terceiro maior operador de térmicas do País e responsável pela construção da usina termelétrica e do terminal de regaseificação previstos para operarem em 2018.
A reunião foi liderada pelo presidente Renan Lopes e teve, também, a presença do secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco; o vice-reitor da Furg, Danilo Giroldo, e o superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco.
Inicialmente, usou da palavra o vice-presidente do Grupo Bolognesi, Paulo Cesar Kutzen. Ele informou que no último leilão de energia, em 2014, a empresa conquistou dois empreendimentos: um em Rio Grande e outro em Suape (PE). “O prazo de fornecimento de energia é de 25 anos. Período que vamos permanecer aqui, no mínimo. A disponibilidade de gás para o extremo Sul do Brasil vai permitir a ampliação da capacidade industrial. O ganho não é da térmica. Vemos ela como uma âncora. Vai ser a primeira operação, no Brasil, direta de GNL, da regaseificação da térmica e depois para o sistema. Vamos injetar gás na região e o gás que está lá em cima não precisa descer, e isso beneficiará o País como um todo”, declarou.
O diretor de Projetos da Bolognesi, Marcus Temke, disse que o projeto prevê a construção do terminal de recebimento e regaseificação de GNL, da usina termelétrica, além do gasoduto e linha de transmissão, que terá conexão na subestação do Povo Novo.
O terminal terá capacidade de 14 milhões de metros cúbicos por dia, poderá receber dois navios cargueiros/mês e ficará situado ao lado do terminal da Petrobras. Ele contará com um navio de estocagem e regaseificação de forma permanente. A usina terá capacidade de 1.280mw e irá se localizar no Distrito Inndustrial. O terminal representa 50% do que o Brasil importa de gás da Bolívia. O gasoduto Rio Grande-Triunfo terá 311 km de extensão.
A construção do píer durará 24 meses e terá investimento R$ 130 milhões. A Usina Termelétrica do Rio Grande será constituída de três turbinas a gás. As emissões gasosas atendem aos padrões internacionais. A construção da UTE levará 36 meses, com investimentos de R$ 2,3 bilhões. “Teremos energia suficiente para abastecer quatro milhões de pessoas. Isso compreende 11% do consumo do Rio Grande do Sul, que hoje importa 3.500 mw de energia”, explicou Temke.
A linha de transmissão para conectar a usina à subestação do Povo Novo terá 37 km. O prazo de construção é de 12 meses e investimento de R$ 30 milhões.
A linha de transmissão estará pronta no início de 2017. Em novembro daquele ano, chegará o navio regaseificador, enquanto a usina precisa estar pronta até 31 de março de 2018. A previsão é que o empreendimento gere, no pico das obras, 2.400 empregos diretos e 5.000 indiretos. O faturamento deverá ser de R$ 2,5 bilhões anuais. Com relação à geração de impostos, os executivos explicaram que o ICMS não é recolhido na origem e sim no consumo, mas que a geração de energia aumenta o índice de retorno do Fundo de Participação dos Municípios. A intenção é que metade da equipe da usina seja de jovens com formação técnica e também se pretende utilizar as empresas locais ou da região como fornecedoras.
Até o final deste mês estará definida a construtora que atuará nas obras. A construção iniciará tão logo seja obtida a licença ambiental, prevista até maio.
Impactos positivos
Alguns dos impactos positivos para a cidade e região citadas pelos executivos da Bolognesi:
- Potencial multiplicador do terminal e atração de indústrias;
- Disponibilidade para utilização intensiva de gás natural como combustível.
- Confiabilidade e disponibilidade no suprimento de energia.
- Incentivo para matriz energética mais limpa.
- Aquecimento da economia local com aumento de arrecadação de impostos.
- Melhoria na qualidade do ar.
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