A Engevix é mais uma empresa investigada na Operação Lava Jato a procurar a CGU (Controladoria-Geral da União) para tentar firmar um acordo de leniência, pelo qual a empresa admite ter cometido irregularidades e se livra da proibição de contratar com o governo.
Além dela, já se sabia que a empresa holandesa SBM Offshore e a Setal também buscavam a leniência. Todos esses processos estão ainda em fase inicial e referem-se a irregularidades na Petrobras.
A iniciativa da Engevix em procurar o acordo, que para ser formalizado com a CGU precisa da admissão dos ilícitos e de ressarcimento ao erário, reforça a acusação do Ministério Público Federal de que as empreiteiras formaram um cartel para obter contratos na Petrobras mediante o pagamento de propinas. Um de seus executivos já havia admitido, em audiência à Justiça Federal, o pagamento de vantagens indevidas.
Nesta quarta (25), o TCU (Tribunal de Contas da União) avaliou o andamento dos processos de cinco acordos de leniência na CGU. O procurador junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, afirmou que a CGU já negocia dez acordos de leniência.
“Consta que já há cinco processos de acordos de leniência encaminhados ao Tribunal de Contas da União. Chegaram na semana passada e poderão ser julgados talvez amanhã, examinados numa primeira etapa. É apenas uma comunicação de uma proposta de empresas de celebração de acordos de leniência. No entanto, a CGU já informa que, além das cinco, há outras cinco, serão, portanto, dez.”
O TCU acompanha e dá, durante todo o processo de celebração de acordos, cinco aceites. Se analisar amanhã o bloco de cinco empresas, o tribunal deve concordar com o início dos processos. Até agora, nenhum acordo foi fechado.
A CGU já abriu investigação contra 24 empresas do esquema. Segundo a reportagem apurou, a informação das dez empresas constou de ofício mandado pela CGU ao TCU, na semana passada.
ENGEVIX
A Engevix atualmente tem um dos seus executivos, Gerson de Mello Almada, preso na Operação Lava Jato. Em audiência na Justiça Federal, no último dia 17, ele afirmou que pagou propina, inclusive na forma de doações ao PT.
“Foram pagos valores que garantiam que a gente continuasse trabalhando. Se você não fizesse isso, você tinha sérias ameaças de não pagamento, não participação em novas concorrências, penalizações. Sempre de maneira velada, muito educada, mas sempre deixando transparecer que isso existia”, afirmou na ocasião.