Nota técnica emitida pela Câmara Setorial de Olivas da Secretaria da Agricultura do Estado aponta que o Rio Grande do Sul já demonstrou ter condições favoráveis para ampliação da produção e indica que o Estado deve trabalhar na organização e estruturação de todos os elos da cadeia. Segundo o coordenador da Câmara, Jorge Hoffmann, a partir da instalação do grupo que reúne os interessados no setor, buscou-se atender as demandas encaminhadas. “Por exemplo, encaminhamos a questão de assistência técnica da Emater, que está atendendo aos municípios produtores”, afirma.
Desde 2009, foi definido o zoneamento agroclimático para a cultura. A Metade Sul do Estado tem o clima ideal para o plantio, onde a temperatura fica entre 25°C e 35°C, dentro da faixa média para a maturação dos frutos. Para a próxima temporada, Hoffmann acredita que a olivicultura pode ocupar 1.400 hectares devido ao interesse de investidores que têm observado uma resposta positiva dos pomares já implantados. “A cultura está crescendo. O nível de conhecimento está sendo ampliado. A Embrapa já iniciou pesquisas, e os próprios produtores já estão se especializando”, afirma.
Uma das empresas que estão investindo na olivicultura é a Tecnolivas, com pomares em Barra do Ribeiro e Caçapava do Sul. No seu segundo ano, com área em 200 hectares, a safra cresceu 50% e deve produzir até 15 mil litros de azeite de oliva extraídos de olivas em 48 hectares já aptos. O diretor de tecnologia e novos negócios da empresa, Rafael Marchetti, disse que o rendimento foi uma grata surpresa. “Temos um plantio que é muito jovem. Na Europa, geralmente, a produção começa pelo quarto ou quinto ano. Esse plantio foi feito em 2011, e pensávamos que iríamos nos preocupar apenas a partir de 2015, mas acabou adiantando, e hoje já estamos produzindo”, comemora.
O azeite produzido pela Tecnolivas já está no mercado sob a marca Prosperato, mas ainda encontra resistência por causa do preço, o que faz concorrência ao produto importado. Para Marchetti, é preciso mudar a cultura de consumo do produto no Brasil. “Falta muita cultura da população em geral para entender que o azeite de oliva é um alimento que tem que ser consumido fresco. E não sabemos quanto tempo um azeite importado ficou estocado antes de vir para o Brasil, tornando a procedência dele muito duvidosa”, alerta.
O consumo no Brasil ainda é tímido em relação a outros países: não passa de 150 mililitros por ano per capita, enquanto, na Europa, chega a 15 litros por habitante ao ano. Dados do Conselho Oleícola Internacional apontam que os brasileiros tiveram um aumento de 5% na importação do produto na temporada 2012/2013, com a entrada de 74,8 mil toneladas.
Fonte: Nestor Tipa Júnior – Jornal do Comércio
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