O funcionário salientou que a empresa fornece somente dois uniformes completos, o que no verão, segundo ele, causa muitos problemas em função das altas temperaturas. “Eles não querem dar equipamentos. É muito suor nas roupas”, comentou. Ele disse que ainda tem a questão dos salários. “Ainda não acertaram o nosso dissídio de 2013, ficou para trás. E tem os níveis que baixaram”, observou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalmecânica e de Materiais Elétricos do Rio Grande e São José do Norte, Benito Gonçalves, contou que durante essa segunda-feira (10), representantes da entidade e da Ecovix estiveram reunidos para debater e organizar a pauta de reivindicações. “Montamos uma comissão dos trabalhadores juntamente com o Sindicato. Entregamos a pauta de reivindicações para eles. São 56 itens na pauta. Acho muito díficil que eles atendam todas as reivindicações”, comentou.
Gonçalves disse que uma das principais exigências é referente ao desvio de função, que de acordo com ele, ocorre muito e é uma das principais reclamações dos trabalhadores. “O desvio de função é a principal reclamação. Na pauta consta também reivindicações por água gelada, banheiros, condições de higiene, saúde, alimentação e segurança”, completou. Ele destacou que a empresa terá que atender as solicitações dos trabalhadores, e caso ela não atenda, a greve deve continuar. “Ela tem que atender. Até o momento foram duas paralisações. Mesmo que eles concordem com a pauta, em cumprir com os 56 itens, antes dos trabalhadores entrarem para trabalhar, o sindicato realizará uma vistoria”, apontou referindo-se que os funcionários só voltarão ao trabalho após todos os itens serem cumpridos.
Empresa
De acordo com o diretor geral do Estaleiro Rio Grande, Heder Clemente dos Santos, já está sendo realizada a pauta por parte dos trabalhadores, sindicato e representantes da Ecovix. “Fizemos o encaminhamento das melhorias. Estamos abertos para mostrar para quem quiser vir aqui verificar. Recebemos a visita do Ministério do Trabalho hoje”, destacou.
Santos explicou que a maioria das reclamações se dá em função das altas temperaturas que têm atingido o Município. “Esse calor que está tendo agora , é um calor que não tem há muito tempo no Rio Grande. Já fizemos várias coisas com relação a isso. Compramos isotônicos. Estamos concedendo 30 minutos de descanso nos turnos. Colocamos diversos exaustores e ar-condicionado. Tudo que podemos fazer estamos fazendo. Nós estamos dispostos a conversar com o sindicato e com os funcionários”, explicou.
O diretor geral do Estaleiro Rio Grande disse que a empresa não vê motivos para a greve. “A negociação está sendo feita com o sindicato para resolvermos essa situação. Sempre tivemos um bom diálogo com o sindicato e com os funcionários. Só que antes tínhamos cerca de 4.500 funcionários, hoje temos 8 mil e alguns vêm com um espírito mais difícil. Estamos sempre buscando melhorias. Nós temos um compromisso com a nossa nação de entregar os cascos. Estamos fazendo todos os esforços para tentar resolver essa situação. Gostaríamos que todas as pessoas que viessem para cá se tornassem cidadãos rio-grandinos”, concluiu.
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