Vale lembrar, que a empresa possui em seu portfólio o Maior Projeto Offshore do Mundo, algo que jamais havia sido feito por uma única empresa, ainda mais em se tratando de uma empresa brasileira, que só recentemente retomou o caminho do crescimento no mercado Naval e Offshore.
2) A Funcef (Fundação dos Economiários Federais) foi parceira da Ecovix no Estaleiro Rio Grande, quando da compra do empreendimento junto a WTorre (a proporção é de 75% para a Ecovix e 25% do Fundo, na sociedade do RG Estaleiros). Qual a importância para a Ecovix de ter agora parceiros que atuam no mercado, como é o caso da Mitsubishi Heavy Industries, que entre outras áreas tem negócios na fabricação de navios?
Marcelo Campos: A entrada de um parceiro como a MHI completa o portfólio da Ecovix com a troca tecnológica, pois os japoneses ainda são um dos maiores construtores navais do mundo, com um know-how de décadas, desenvolvendo soluções para os mercados navais de todo o mundo. Além disso, fala-se em dar sustentabilidade ao mercado naval/offshore brasileiro, o que só pode ser conseguido através de um desenvolvimento das cadeias produtivas, seja por arranjos produtivos locais (APLs) ou através de intercâmbios tecnológicos como este entre a empresa e os japoneses.
Vale lembrar que os japoneses já haviam mostrado interesse no mercado brasileiro, fato que pode ser evidenciado pela parceria deles com o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP).
3) Todas as encomendas da Ecovix estão ligadas, direta ou indiretamente, a Petrobras, uma empresa que recebe constante interferência do Governo Federal. O quanto isso pode atrapalhar ou ajudar os planos da companhia e como os grupos japoneses devem lidar com isso a partir da entrada na empresa?
Marcelo Campos: Na verdade, não vejo nenhum problema em termos a Petrobras como empresa mista (privada + estatal) neste caso, pois a interferência do governo tem um escopo mais amplo, com cunho sócio-econômico e voltado para desenvolvimento da economia brasileira, uma vez que o peso da empresa no PIB é muito expressivo e seria mais do que natural esperar que empresas deste porte tenham um papel como o desempenhado pela Petrobras.
Investimentos como os que tem sido feitos no Brasil, apenas ocorrem quando se tem segurança jurídica, política e estabilidade econômica, o que pode ser evidenciado pela vinda de grandes grupos estrangeiros como os japoneses. Nenhum destes grupos viria para o Brasil sem todos estes fatores bem equacionados, o que acaba por mostrar que o país segue atrativo para investimentos externos de grande monta.
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