Respondendo consulta de ZH, a estatal informou, em nota, que o contingente sob risco de não ser reaproveitado durante o intervalo entre uma plataforma e outra agora é de 2 mil pessoas – em sua maioria, peões de trecho, que costumam circular por diferentes canteiros de obras.
Segundo a Petrobras, dos 19,5 mil trabalhadores atuais, 17,5 mil serão aproveitados em projetos futuros na região. Os novos números incluem também os profissionais que vão atuar em São José do Norte.
Oficialmente, a alteração da agenda se deu porque Petrobras e Quip estão voltadas à conclusão da P-55, a ser entregue dia 16 deste mês, com a presença de Dilma Rousseff em Rio Grande. Mas há outra versão: a repercussão de informação divulgada pela Secretaria Estadual do Trabalho, de que até 11 mil pessoas seriam dispensadas foi maior do que a prevista e gerou insatisfação.
A saída dos profissionais deverá seguir o modelo apresentado na época da conclusão da P-53, em 2009. Primeiramente, os trabalhadores de fora deixam a cidade – seriam cerca de 10 mil pessoas neste grupo – para trabalhar em outras regiões do país.
No segundo momento, os trabalhadores que moram na região e se destacaram são deslocados para projetos em Rio Grande ou outro local.
Por último, uma parcela buscará o seguro-desemprego. O número não é oficializado, mas não deverá chegar a 10% do quadro, de acordo com especialistas do setor. Um mutirão deve ser organizado para acelerar processos e evitar transtornos.
Não é a primeira vez que o polo naval viverá um gap de oportunidades. A diferença para a anterior, em 2009, é que a previsão deste ano é proporcionalmente menor. Apesar de afirmar que só falará sobre o futuro no dia 16, após entregar a P-55, a Quip já admite, extraoficialmente, que não deverá demitir mais do que metade de seus 9 mil trabalhadores.
Isso porque o tempo sem construções no estaleiro da Quip não deverá ser extenso. Antes mesmo das chegadas dos cascos da P-75 e P-77 (previstas para o segundo semestre de 2015 e primeiro semestre de 2016, respectivamente), haverá pelo menos 3 mil funcionários participando da construção dos módulos.
Fonte: Rafael Divério – Jornal Zero Hora
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