O governo estadual acaba de anunciar, com grande pompa, o extraordinário crescimento do PIB estadual no segundo trimestre do corrente ano, o que, de fato merece comemoração. Sobre o mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 15%, sendo 3,9% da indústria, 3,4% nos serviços e 111,7% na agropecuária. Já nos últimos quatro trimestres sobre igual período anterior, o crescimento foi de 4,4% para o PIB, -1,1% para a indústria, 2,4% para os serviços e 42,9% para a agropecuária.
Na realidade, a causa disso está no sucesso da agropecuária, que, mesmo representando pouco mais de 10% do PIB estadual, o complexo industrial a ela ligado atinge perto de 30%.
A economia do RS depende muito da agropecuária. Quando ocorrem secas, o PIB reduz-se, chegando a ser negativo, como aconteceu no ano passado, quando a agropecuária caiu 46,4%. No segundo trimestre daquele ano, foi negativo, na ordem de 6,8%, o que também explica o alto crescimento deste ano, que incidiu sobre uma base deprimida.
Os governadores ficam numa posição muito favorável nessa situação. Quando o PIB não cresce ou cai, a culpa é de São Pedro ou do comércio internacional. Quando o crescimento ocorre, o mérito é deles.
A verdade é que o governo da ocasião não tem muita influência no crescimento do PIB estadual, que vai depender muito mais da taxa de câmbio, dos preços internacionais, das condições climáticas, especialmente num Estado, como o nosso, com grande participação do agronegócio. Sua influência maior está no enfrentamento do problema climático, no que é possível a atividade humana, e no crédito, subsidiariamente.
No longo prazo, no entanto, a ação dos governos pode ser marcante, na ampliação e melhora da infraestrutura, na melhoria da qualidade da educação e da saúde e na atração de investimentos.
Uma prova disso foi o governo de Leonel Brizola (1959-1962), considerado pela maioria como o melhor período governamental dos últimos 50 anos. Nele, a taxa média do PIB estadual foi de 4,9%, pouco mais da metade da do PIB nacional, que foi de 7,7%.
Brizola não fez crescer tanto o PIB de sua época, mas as obras que fez e as ações que desenvolveu estão refletindo até hoje no crescimento do PIB estadual. Por isso, os eventuais crescimentos do PIB não são indicadores adequados para avaliar governos, mas os reflexos no futuro do que fizeram ou deixaram de fazer.
Na realidade, a causa disso está no sucesso da agropecuária, que, mesmo representando pouco mais de 10% do PIB estadual, o complexo industrial a ela ligado atinge perto de 30%.
A economia do RS depende muito da agropecuária. Quando ocorrem secas, o PIB reduz-se, chegando a ser negativo, como aconteceu no ano passado, quando a agropecuária caiu 46,4%. No segundo trimestre daquele ano, foi negativo, na ordem de 6,8%, o que também explica o alto crescimento deste ano, que incidiu sobre uma base deprimida.
Os governadores ficam numa posição muito favorável nessa situação. Quando o PIB não cresce ou cai, a culpa é de São Pedro ou do comércio internacional. Quando o crescimento ocorre, o mérito é deles.
A verdade é que o governo da ocasião não tem muita influência no crescimento do PIB estadual, que vai depender muito mais da taxa de câmbio, dos preços internacionais, das condições climáticas, especialmente num Estado, como o nosso, com grande participação do agronegócio. Sua influência maior está no enfrentamento do problema climático, no que é possível a atividade humana, e no crédito, subsidiariamente.
No longo prazo, no entanto, a ação dos governos pode ser marcante, na ampliação e melhora da infraestrutura, na melhoria da qualidade da educação e da saúde e na atração de investimentos.
Uma prova disso foi o governo de Leonel Brizola (1959-1962), considerado pela maioria como o melhor período governamental dos últimos 50 anos. Nele, a taxa média do PIB estadual foi de 4,9%, pouco mais da metade da do PIB nacional, que foi de 7,7%.
Brizola não fez crescer tanto o PIB de sua época, mas as obras que fez e as ações que desenvolveu estão refletindo até hoje no crescimento do PIB estadual. Por isso, os eventuais crescimentos do PIB não são indicadores adequados para avaliar governos, mas os reflexos no futuro do que fizeram ou deixaram de fazer.
Darcy Francisco Carvalho Dos Santos
Economista
Publicado originalmente em Zero Hora
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