Expansão do polo naval tira mão de obra do comércio de Rio Grande

    A expansão do polo naval de Rio Grande está gerando um problema inesperado na cidade da Região Sul do Rio Grande do Sul: falta de mão de obra para outros setores da economia. Um dos mais afetados é o comércio, que precisa preencher mais de 500 vagas.

    No centro de Rio Grande, as ofertas de emprego se multiplicam. Não é preciso ter experiência. Em um supermercado com seis lojas, cartazes demonstram a dificuldade para contratar. Algumas empresas estão buscando profissionais em outras cidades da região.

    “Trazemos as pessoas de Pelotas, temos vans para o transporte. Também vem gente de Arroio Grande e de toda a redondeza. E as vagas estão aí abertas. É muito difícil a mão de obra”, atesta o gerente de marketing de uma loja, Luciano Canteiro.

    A rotatividade também é intensa nos postos de combustíveis. Para tentar diminuir o problema, os empregados agora têm plano de saúde, participação nos lucros e horários mais flexíveis para estudar. Além disso, trabalhadores considerados fundamentais receberam reajuste de 15%.


    Uma loja de eletroeletrônicos de Rio Grande encontrou uma solução para amenizar o problema: contrata funcionários temporários, que substituem os mais experientes. “São pessoas de primeiro emprego. Não são qualificados. A gente está moldando conforme nosso trabalho. Os outros foram embora, os temporários se tornaram fixos”, explica o gerente Luciano Costa.

    Muitos trabalhadores do comércio pediram demissão em busca de oportunidades melhores no polo naval. A indústria oceânica na cidade já gerou mais de 10 mil empregos e segue abrindo vagas com salários que podem chegar a R$ 7 mil. Recentemente, uma empresa abriu 800 vagas para contratação imediata.

    Além de uma remuneração maior, para manter a mão de obra qualificada e cumprir a meta da entrega das plataformas de petróleo, as empresas criam programas especiais. Uma delas sorteia todos os meses três carros zero quilômetro entre os trabalhadores, e ainda R$ 15 mil em dinheiro e cestas básicas.

    O Sindicato dos Comerciários de Rio Grande homologa diariamente 20 pedidos de demissão. Só no ano passado, foram mais de 1,2 mil desligamentos. A maioria foi em busca de um salário superior ao piso de R$ 800 do comércio. “No comércio, 50% eram mulheres. Agora mudou: 86% são mulheres”, constata o presidente Paulo Arruda.

    Fonte: G1

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