“Debates do Rio Grande” em Rio Grande

    Estive ontem à noite em Rio Grande, assistindo o projeto “Debates do Rio Grande”. Para minha surpresa, quando assinei a lista de presença vi que, até então, era o único pelotense presente ao evento. Uma pena, com o intercâmbio existente entre as duas cidades e com a facilidade de locomoção (fui à cidade vizinha apenas para isso) era claro que o foco da discussão não seria apenas Rio Grande, mas toda a região. A seguir destaco alguns pontos que observei.

    * O Debate realizado pela Rádio Gaúcha foi realizado no auditório da Escola Juvenal Muller em Rio Grande. O projeto nasceu há mais de três anos e percorre as cidades do Estado do Rio Grande do Sul, com o intuito de juntar a população para debater com os empresários e gestores. O mediador foi o apresentador do Grupo RBS Lasier Martins.

    * Estiveram presentes os convidados Heder Clemente dos Santos – Diretor Geral do Estaleiro do Rio Grande da empresa Ecovix, Paulo Edson Pinho – Presidente do Centro de Indústrias de Rio Grande, Marcelo Domingues – Professor de Instituto de Ciências Humanas e da Informação da FURG (Universidade Federal do Rio Grande), Eduardo Lawson – vice-prefeito eleito do Município de Rio Grande (representando o Prefeito eleito Alexandre Lindenmeyer, que em cumprimento do mandato de Deputado Estadual não pode comparecer no debate).

    * Segundo levantamento do Sebrae, 8 grandes empresas de Rio Grande compram em média 50 milhões de reais por mês em material, sendo que somente 8% disso é adquirido junto a empresas de Rio Grande. O Sebrae vem realizando rodadas de negócio para aproximar micro e pequenas empresas das grandes compradoras.

    * O polo naval demanda cerca de 11 mil toneladas de aço por mês, todo comprado de empresas chinesas.

    * Palavras ditas pelo diretor da Ecovix presente, quanto a necessidade da CEEE e do governo do Estado tomarem providências com relação ao aumento da oferta de energia, haja vista que o polo naval corre o risco de sofrer um colapso energético dentro de poucos meses, diante da ampliação feita – sobretudo nos estaleiros ERG1 e ERG2.

    * “A cidade deve receber pelo menos 10 mil pessoas nos próximos quatro anos somente para atuar na construção civil”, afirmou Marcelo Vinícius de La Rocha Domingues, professor da FURG.

    * Quanto ao aumento assustador do valor dos aluguéis, o diretor geral do Estaleiro Rio Grande, Éder Clemente do Santos foi enfático: “Estamos num patamar próximo a Ipanema e Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro”.

    * Foi bastante discutida a recente “criação” de um polo naval na região próxima ao Rio Jacuí. Segundo um participante, não é verdadeira a justificativa de que não há mais espaço próximo aos estaleiros de Rio Grande, afinal em São José do Norte, do outro lado do canal, há mais de 10 km de litoral sem utilização. No Distrito Industrial de Rio Grande, de acordo com manifestação do Presidente do Centro de Indústrias de Rio Grande, Paulo Pinho, há cerca de 1000 hectares disponíveis para novos investimentos.

    * Um diretor do Grupo Villela de Auditoria e Consultoria Empresarial que estava presente participou dizendo que os problemas apontados ali eram de certa forma positivos. Segundo ele, todas as cidades do RS querem ter problemas em decorrência do desenvolvimento e este é o preço que se paga pelo progresso.

     

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