O diretor-superintendente da Refinaria de Petróleo Riograndense, Hamilton Romanato Ribeiro, lembra que, em 2011, o lucro da empresa foi de cerca de R$ 25 milhões, e para este ano a expectativa é de alcançar um desempenho semelhante. O dirigente aponta duas situações fundamentais para obter esse êxito. Ele recorda que quando o controle acionário da refinaria passou para as mãos da Petrobras, Braskem e Grupo Ultra, houve o compromisso de garantir a operação do complexo. Com isso, foi firmado um contrato de industrialização, ou seja, a refinaria prestaria serviço para a Petrobras. “Então, a refinaria não compra, ela recebe o petróleo da Petrobras, refina, produz a gasolina, o diesel, o óleo combustível e é remunerada por essa prestação de serviço através de uma tarifa que permite o equilíbrio de custos”, detalha o dirigente.
O segundo fator importante para as receitas da companhia é a atuação no mercado de solventes. Em março, a refinaria gaúcha recebeu a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para operar a sua nova unidade de solventes especiais, o que a tornou a única fabricante brasileira de pentanos, insumo utilizado pela indústria química e petroquímica e pelo segmento de embalagens industriais.
Ribeiro argumenta que a meta é conquistar o mercado nessa área substituindo as importações. Segundo ele, a refinaria poderia atender à cerca de 60% da demanda nacional, que seria um volume de 500 metros cúbicos ao mês. “Este é um ano de inserção no mercado, e 2013 será o de consolidação”, enfatiza. O executivo acrescenta que o planejamento atual da companhia não prevê o aumento da capacidade de produção de combustíveis, mas o desenvolvimento de mais produtos especiais, com maior valor agregado, atuando em nichos específicos. Para isso, a empresa conta com um escritório técnico-comercial em São Paulo mapeando novas oportunidades. Entre as possibilidades avaliadas está a venda de produtos já envazados, em pequenos volumes, e não mais a granel.
Atualmente, a refinaria pode processar até 17 mil barris diários de petróleo (menos do que 1% da capacidade nacional) para fabricar, principalmente, gasolina, óleo diesel, bunker, asfalto, GLP e solventes. A expectativa é de que a estrutura feche o ano com uma média de processamento de 15,6 mil barris de petróleo ao dia. Em 2012, a companhia investirá em torno de R$ 23 milhões, que serão aplicados em melhorias nas instalações existentes, construção de subestação de energia, controle ambiental, entre outras ações.