As fotos da artista plástica Ceres Torres ficarão mais bonitas a partir de amanhã. Moradora da praia do Laranjal, em Pelotas, no sul do Estado, ela sai todas as manhãs para fotografar a Lagoa dos Patos. Mas a interdição do trapiche a impediu, por três anos, de registrar a paisagem pelo ângulo inverso. Com a reabertura, ela não só retomará a prática como ainda poderá se aproximar dos animais que habitam a lagoa.
Apesar de ser oficialmente destinado à pesca, o trapiche é um cartão-postal da praia do Laranjal. Reúne desde turistas que buscam uma fotografia diferente da região até casais à procura de uma vista bonita para apreciar e namorar.
– Mal vejo a hora de subir no trapiche e fotografar o Laranjal outra vez. Sinto saudade – diz Ceres.
Construído em 1968, o trapiche já enfrentou algumas situações adversas. Em 2001, uma enchente arrastou a estrutura. Reerguida, foi vítima de outra intempérie. Em 2009, uma recomendação do Ministério Público determinou a interdição do local por risco de novo desabamento.
A reforma teve iniciativa do Sindicato da Indústria da Construção e Mobiliário (Sinduscon) de Pelotas e Região, com apoio da Associação dos Engenheiros e Arquitetos (Aeap), Associação dos Moradores do Laranjal e prefeitura. O investimento chegou a R$ 140 mil e incluiu o uso de madeiras de eucalipto para reforço.
– É um material resistente, que tem condições de durar até uns sete anos – destaca o presidente do Sinduscon, Jacques Reydams.
A estrutura de 550 metros (430 metros dentro da lagoa) será administrada pelo clube Valverde, que detém o direito concedido pela Marinha. Para garantir o acesso a visitas ao público, está prevista uma parceria entre a instituição e a prefeitura.
A pescaria deverá ser cobrada de quem não é sócio do clube, mas as definições sobre pagamento e valores ainda estão pendentes. A orientação é para limitar a 150 pessoas sobre o trapiche por vez. Outra novidade são áreas de descanso a cada 70 metros e uma casa de 30 metros para proteger os visitantes da chuva.
Foto: Nauro Júnior/Jornal Zero Hora |
Fonte: Rafael Divério – Jornal Zero Hora