Na rodada de negócios, promovida pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), compradoras como EBR, Engevix, IESA, Quip, Wilson Sons e UTC mantiveram encontros com nomes como Elipse, Tecnotag, Digistar e outras empresas de TIC. Grandes nomes gaúchos do setor, como a Altus e Lupatech, por exemplo, não compareceram. A primeira, já tem contratos no valor de R$ 120 milhões firmados com a Petrobras. Já a Lupatech tem lutado para se manter de pé desde que contratos com a estatal não foram concretizados.
PMEs NA RODA – Segundo Aloísio Félix da Nóbrega, vice-presidente da AGDI, as grandes não eram o foco. “Queremos que as pequenas e médias empresas possam aproveitar as grandes oportunidades advindas deste novo cenário”, salienta Nóbrega. Foram 140 empresas inscritas dos mais variados segmentos – da modelagem de peças para plataformas a empresas especializadas no transporte de executivos. “Nenhum outro estado brasileiro tem uma indústria tão diversificada quanto à gaúcha, desde materiais leves a pesados, do parafuso ao casco, o que é fundamental para a sustentação e fortalecimento de toda a cadeia do setor”, afirmou Nóbrega
A VEZ DO ÓLEO E GÁS – No final do mês passado, o governo estadual gaúcho lançou um edital de R$ 2,5 milhões para os setores de TI e óleo e gás, com recursos da Rede Riosul. Pelas regras da disputa, os projetos, com valores de até R$ 300 mil, deviam ser apresentados por, no mínimo duas instituições que fazem parte da Rede Riosul e por uma empresa.
CHANCE PARA RIO GRANDE – A rodada de negócios é também uma forma de promover a cidade de Rio Grande. Quarto maior PIB entre os 10 municípios com a maior população no estado, Rio Grande teve, em 2009 (último dado da FEE), um resultado de R$ 6,3 bilhões, 0,3% inferior ao do ano anterior. O PIB per capita foi de R$ 32 mil no mesmo ano. Na mesma época, o PIB per capita para o Rio Grande do Sul era de R$ 19,7 mil. Apesar de aparentemente promissor, a cidade tem se mobilizado para garantir que, quando a Petrobras for embora, o dinheiro fique. Das 140 empresas participantes da rodada, 10% eram da própria cidade de Rio Grande, e outras 9,28% eram de Pelotas – totalizando 27 empresas participantes da zona Sul.
Além disso, desde os anúncios dos investimentos da Petrobras, a FURG e outras entidades têm se mobilizado para promover a criação do Oceantec, um parque tecnológico voltado para a área de TI em óleo e gás. Uma das últimas ações foi a candidatura a um edital de R$ 12,8 milhões lançado pelo programa de Apoio aos Parques Tecnológicos, da Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico.
Comentário meu – Grifei a parte que considero mais importante do texto, e cujo contexto é fundamental para o desenvolvimento da região. Aqui no blog tenho “batido na tecla” de que, tão importante – ou até mais – do que os vultuosos investimentos vindos de grandes empresas do centro do país no “Polo Naval” é a participação de pequenas e médias empresas da região na cadeia produtiva. Li, com surpresa e satisfação, que 27 empresas de Pelotas e Rio Grande participaram do Supply Day. Ainda é pouco, levando em conta que 140 empresas foram inscritas na Agenda, entretanto é um começo. Tomara que o sucesso dessas “sistemistas” locais estimulem o empreendedorismo e a gestação de novas empresas que, somando-se as atuais, apresentem-se para o jogo e permitam que uma fatia maior do “bolo” fique de fato na região.
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