O sucesso no mating realizado no estaleiro Rio Grande foi o atestado de competência que faltava para o polo naval gaúcho ser credenciado para os principais planos da Petrobras, segundo Graça.
A P-53, foi primeira plataforma construída no porto gaúcho, que opera no Rio de Janeiro desde 2009, produzindo 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás diariamente.
O Plano de Negócios da Petrobras até 2016 prevê investimentos totais de US$ 236,5 bilhões (R$ 473 bilhões), dos quais 60% nos segmentos de exploração e produção de petróleo e gás. A meta de produção de óleo e gás, no Brasil e no Exterior, para 2016, é de 3,3 milhões de barris de petróleo por dia, dos quais 3 milhões/dia somente dos campos nacionais.
Para fazer parte desse crescimento, a fabricante Quip já anunciou que pretende concorrer à integração dos módulos das plataformas P-74 e P-76. As propostas deverão ser apresentadas em setembro.
– Hoje, temos contratos até 2013. Queremos estender a produção – afirma o diretor da Quip, Michelângelo Thomé.
Atualmente, são 11 projetos em andamento no Estado: além da P-55, a Quip é responsável pela P-63, cujo casco deve chegar ao município no segundo semestre de 2012. A Queiroz Galvão já está trabalhando na transformação de um navio na plataforma P-58. A Ecovix ganhou a concorrência para a construção de oito cascos que explorarão o pré-sal.
Há obras de expansão na infraestrutura: a Quip está ampliando seu cais, a Engevix constrói, o Estaleiro Rio Grande 2, e, nos próximos meses, deve ser iniciada, em São José do Norte, a construção do Estaleiro Brasil, da EBR.
Zero Hora – Como a senhora vê a operação do mating?
Maria das Graças Foster – Fantástico, espetacular, emocionante. Qualquer brasileiro que chega aqui fica encantando. Qualquer engenheiro da Petrobras fica ainda mais vibrante com a companhia.
ZH – Para um Estado que não tinha uma tradição nessa construção, como fica a partir do mating?
Graça Foster – Ah, eu tenho vindo com alguma frequência nos últimos três, quatro anos. Isso era um monte de areia. Uns dois anos atrás, estávamos numa fase muito importante da P-55. Agora, pode dizer para o povo gaúcho que é um orgulho do Brasil.
ZH – Isso credencia o polo naval gaúcho a receber novos projetos?
Graça Foster – Acho que sim. Porque você vai acumulando experiência e, quando você tem experiência e bons preços, fica bom. Mas tem de ter preços bons também.
ZH – Rio Grande é um ponto de excelência da indústria naval brasileira?
Graça Foster – Lógico que vocês são. Hoje, vocês são uma referência nacional. E, daqui a um tempo, terminando essas obras, serão uma referência mundial.