BAIXA DAS ÁGUAS PODERÁ LEVAR VÁRIOS DIAS, APONTAM PESQUISADORES DA UFRGS

    Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da UFRGS indicam dois cenários para os próximos dias. Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da UFRGS / Divulgação

    Especialistas explicam que são dois cenários possíveis para os próximos dias

    Dois cenários principais se apresentam como prognósticos para os próximos dias em relação à cheia do Guaíba. Um deles, elaborado e qualificado como moderado pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da UFRGS, indica a estabilização dos níveis de água elevados em torno de 5 metros por pelo mais três dias, sem redução da cota de inundação de 3 metros na próxima semana.

    — A análise tem sido realizada diariamente por grupo de pesquisadores. Todas as manhãs, levantamos dados, discutimos cenários, rodamos modelos. O último relatório considera a previsão de precipitação nos próximos dias e o maior represamento das águas na foz da Lagoa dos Patos — destaca o professor do IPH Fernando Mainardi Fan.

    O cenário mais pessimista, no entanto, aponta para o aumento do nível até 5m50cm metros. Essa perspectiva vem se mostrando precisa, quando foi prevista a superação da cota de 5 metros.

    Porto Alegre está sob calamidade desde então. Bairros inteiros, incluindo o patrimônio histórico da cidade, estão sob inundação, com diferentes intercorrências para suas estruturas e seus residentes.

    — O que ocorre neste momento está dentro do esperado. O nível estabilizou e baixa. Nosso prognóstico é que esse comportamento será mantido pelos próximos dois dias, oscilando em torno desta medição — afirma o professor.

    Estabilidade, pequenas oscilações e diminuição

    O pesquisador diz que, após estabilidade e pequenas oscilações, o nível do Guaíba deve começar a diminuir “vagarosamente”. A cheia, contudo, poderá se manter acima de 4 metros por até 10 dias.

    — Esse é o cenário mais provável —menciona Fernando Fan.

    Todas as previsões, descreve o professor do IPH Rodrigo Paiva, são desenvolvidas com base na combinação de observações de chuva e vazão dos rios, modelo de previsão meteorológica, hidrológica e hidrodinâmica. A pesquisa integra o trabalho do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Cenário pessimista pode acontecer

    Por outro lado, definem os professores do IPH, o cenário descrito como “o mais pessimista” não pode ser descartado: sob condições climáticas adversas, a medição do Guaíba poderá chegar na marca dos 5m50cm.

    — Considerando os elevados níveis previstos e suas incertezas, por segurança, recomenda-se todas as ações para a evacuação e proteção de vidas e remediação dos prejuízos nas áreas já impactadas e nas potencialmente impactadas de Porto Alegre e Região Metropolitana, não dando margem para situações de falhas nos sistemas de proteção — alerta Paiva.

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