A autorização para que a Defesa Civil do Estado adquira 500 caixas de água; o anúncio de reunião com o secretariado estadual para verificar as possibilidades de destinação de recursos aos municípios atingidos e a imediata contratação de horas máquinas destinadas a perfuração de poços artesianos são alguns dos encaminhamentos da audiência mantida na tarde do dia 4 de março, em Porto Alegre, entre os prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e o governador Eduardo Leite. Das 22 prefeituras da região, 17 já decretaram ou anunciaram que irão decretar situação de emergência em função da estiagem.
Durante o encontro, o presidente da Azonasul, Luis Henrique Pereira da Silva, prefeito de Arroio Grande, entregou documento elaborado pela equipe técnica da entidade com o mapeamento das principais culturas afetadas, número de famílias desabastecidas de água potável e estimativas de novas perdas nas produções agrícolas e na pecuária de inverno pela inviabilidade de plantio das pastagens. “São perdas expressivas. Temos a consciência da impossibilidade de reverter o cenário, porém, avançamos em alguns pontos importantes para amenizar a situação. Estamos satisfeitos com os resultados alcançados e vamos aguardar o retorno de nossas reivindicações”, disse o presidente.
Na opinião do prefeito de Cerrito, Douglas Silveira, o encontro foi produtivo no que diz respeito à aquisição dos reservatórios de água para atender as famílias na zona rural, que segundo ele, já somam mais de 3 mil na região. “Também espero uma solução ao caso da prorrogação de divisas agrícolas, tanto para os produtores de médio e grande porte, como àqueles pequenos assistidos pelo Pronaf”, disse. Ele destacou que o setor agrícola terá que renegociar as dívidas por pelo menos os três próximos anos e que só no seu município há mais de 300 produtores enfrentando essa situação. “Estou atento às questões e pretendo ir a Brasília na próxima semana para solicitar ajuda do Ministério da Agricultura”, adiantou o governador. Ele disse que terá um encontro com a ministra, Tereza Cristina, e vai tratar da flexibilização de prazos dos financiamentos rurais vinculados ao governo federal.
HOMOLOGAÇÕES
Uma das principais demandas da comitiva da Azonasul ao governo estadual ainda vai merecer novas articulações: a demora das homologações dos decretos de emergência foram alvo de críticas dos prefeitos e justificativas ainda evasivas pelos gestores estaduais. Até o momento, apenas São Lourenço do Sul e Canguçu conseguiram suas homologações. Sendo que o segundo, iniciou o processo em 9 de janeiro. De acordo com o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Júlio César Lopes, a demora ocorre em função do enquadramento das localidades nos critérios estabelecidos pela legislação para o reconhecimento estadual. O coordenador, no entanto, prometeu solicitar à equipe o máximo de celeridade nas avaliações dos processos.