O Grupo Ecovix analisa desenvolver outras atividades que poderiam funcionar no polo naval em Rio Grande, além da construção de plataformas. Uma das possibilidades é a atividade portuária, com atracação de embarcações e movimentação de cargas, além da reforma de estruturas marítimas. A Universidade Federal do Rio Grande (Furg) tem um grupo de trabalho que acompanha o desenvolvimento da indústria naval. O vice-reitor Danilo Giroldo vê potencial para as operações planejadas, desde que o Estado libere essa ação no local. “Existe demanda para atividade portuária. É uma oportunidade para viabilizar o complexo da Ecovix como um todo”, diz.
O empreendimento está sendo concebido como um condomínio industrial. Parcerias serão desenvolvidas, ficando a cargo do grupo o gerenciamento e as operações das instalações comuns. A proposta de utilizar a área para a movimentação de cargas veio de estudo realizado por consultoria especializada do setor. O cais com 350 metros de comprimento está entre os cinco maiores em extensão na área dos terminais privados em Rio Grande. O calado é de 12 metros (40 pés). Para movimentação de carga, há 200 mil m2 de retroárea e espaço adicional para armazenagem de 275 mil m2 (na área reservada para o ERG-3).
O dique seco, com 133 m x 350 m, pode ser transformado em cais de atracação, aumentando em dois berços (700 m) a capacidade total do empreendimento. A implantação de um terminal portuário deve gerar cerca de 500 postos de trabalho durante a fase de obras. Cerca de 300 profissionais podem ser empregados para a operação do terminal na área do Estaleiro Rio Grande. No próximo dia 26, terá continuidade, em Rio Grande, a Assembleia Geral de Credores (AGC) do grupo.
O processo de recuperação é o quarto maior do País em valores, envolvendo cerca de R$ 7 bilhões. Na AGC, os credores avaliarão o plano de recuperação. Além de reestruturar a dívida, a empresa pretende preservar ativos avaliados em US$ 1 bilhão em Rio Grande – entre os quais, o dique seco e os dois pórticos (guindastes), com capacidade para 600 toneladas e 2 mil toneladas, que estão entre os maiores do continente. Sem operar, como se encontram atualmente, as estruturas estão se deteriorando. O Grupo Ecovix entrou com pedido de recuperação judicial no fim de 2016, depois de a Petrobras cancelar contratos para a montagem de plataformas de petróleo. Ao todo, foram entregues cinco unidades.