COLUNA CAMINHOS DA ZONA SUL – DIÁRIO DA MANHÃ – 22.05.2018

    CAMINHOS DA ZONA SUL

    www.caminhosdazonasul.com___________________Paulo Gastal Neto

    Furada – De nada adiantou a visita dos políticos gaúchos ao Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada. Realmente a força política regional é pífia em se tratando de pleitos nacionais. O tribunal negou o pedido para que os contratos das empresas responsáveis pela duplicação da BR-116 tenham os valores reajustados. As empresas alegam que o asfalto teve três reajustes em seis meses, o que impede a conclusão de trechos como os de Tapes, Turuçu e Pelotas, que estão com os trabalhos parados. Os técnicos do TCU informaram aos deputados da bancada gaúcha em Brasília que os valores dos contratos não podem ter aumentos além dos previstos anualmente.

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    Chutando o balde – O presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), Luis Roberto Ponte, foi categórico ao afirmar que ‘a desobediência da administração pública a Lei 8666 (Lei das Licitações) que rege os contratos no Brasil precisa ser respeitada integralmente. Caso isto não ocorra, os nove contratos da duplicação da BR 116, no trecho Porto Alegre/Pelotas, não serão concluídos!’ Segundo ele, a burocratização e a superposição de órgãos de fiscalização externa das ações de governo estão impedindo o término dos trabalhos. – “Esses sistemas de fiscalização acabam por impedir o cumprimento da lei, em vez de ajudar a cumprir a lei”, destacou Ponte. O presidente do Sergs disse que “o país vive um momento de corrupção generalizada, em que as instituições governamentais estão fortemente desacreditadas, tanto pela opinião pública quanto por elas mesmas. “Como subterfúgio se multiplicaram as estruturas de controle externo de forma a criar uma falsa imagem de domínio do problema, quando na verdade estão praticando injustiças ao inviabilizar a execução de contratos, levando empresas a ruína e onerando gravemente os cofres públicos e retardando a entrega de obras necessárias para a sociedade”, explicou.

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    Título – Em compensação os trechos barrados pelo TCU confirmaram a sua pouca importância para quem gere o país: ele sagrou-se campeão de acidentes no Rio Grande do Sul. Enquanto as autoridades não se entendem as pessoas continuam e continuarão morrendo.  Pela BR 116, anualmente, passam mais de 4,5 milhões de veículos. Diariamente, são 1125 caminhões containers que utilizam a rodovia. Há uma perda estimada em R$ 2 milhões por dia por conta da não duplicação da estrada e em 2016 morreram 38 pessoas, 2017, 30 pessoas.

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    Top secret – A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) juntamente com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)  promovem aqui em Pelotas o Fórum de Proteção do Conhecimento Sensível, nesta quarta-feira, 23 de maio, no Parque Tecnológico. O tema abordado será “Proteção do conhecimento sensível e propriedade industrial: aliados para a inovação tecnológica”. O evento é gratuito e será realizado em conjunto com o Pelotas Parque Tecnológico, Prefeitura Municipal de Pelotas e Universidade Federal de Pelotas e servirá para que a comunidade debata inovação tecnológica e o conhecimento.

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    Alta – As exportações totais gaúchas subiram 6,4% em abril, ao somarem US$ 1,6 bilhão. Considerando apenas a indústria de transformação, que alcançou US$ 1 bilhão e representou 62,7% da pauta, a variação foi ainda maior, 12,5%. Apesar do resultado positivo, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, evita comemorar e adverte que o cenário de curto prazo não é animador. “A Argentina, principal destino dos produtos manufaturados produzidos pelo nosso estado, vive um período turbulento. A desvalorização da taxa de câmbio e a elevação considerável da taxa de juros devem impor uma desaceleração do comércio exterior nos próximos meses, atrasando ainda mais a recuperação da indústria gaúcha”, comentou. Lembrando que houve também três dias úteis a mais do que em igual período de 2017.

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    Suave na nave – O Banrisul anunciou lucrou R$ 244 milhões nos primeiros três meses de 2018. O resultado representa um crescimento de 33,1% sobre o lucro recorrente (aquele que desconsidera eventos extraordinários) de R$ 183,3 milhões visto no mesmo período de 2017. Levando-se em conta todos os aspectos, o aumento é ainda maior, de 89,8% sobre o lucro líquido apurado no primeiro trimestre de 2017. O resultado à época, porém, foi influenciado por fatos incomuns, como um Plano de Aposentadoria Voluntária que custou ao banco R$ 99,7 milhões apenas nos primeiros meses do ano passado. Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, o quarto de 2017, os resultados são menos vistosos. Nessa base, o lucro líquido recorrente caiu 24,6%, e o lucro líquido total, 52,8%. O resultado da intermediação financeira, que deu retorno bruto de R$ 1,042 bilhão nos três primeiros meses de 2018, também seguiu a mesma lógica. O resultado bruto do serviço cresceu 21,7% em relação ao mesmo período de 2017, mas caiu 3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

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    Até a próxima!

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