www.caminhosdazonasul.com____________________Paulo Gastal Neto
Luz – Os chineses vão assumir a distribuição da energia elétrica no Rio Grande do Sul, pelo menos boa parte dela. Também serão os responsáveis pela retomada de obras de subestações que estão paradas. A Shangai Eletric ‘bateu o martelo’ com a Eletrosul para assumir os projetos do setor no estado. A operação ocorrerá por meio da subsidiária Shanghai Electric Power Transmission and Distribution Engineering. O acordo foi divulgado ao mercado pela própria Eletrobrás na semana passada e o teor inclui a transferência total dos projetos. A negociação com a empresa chinesa já vinha ocorrendo há meses. O empreendimento que foi assumido pela Eletrosul, após leilão da ANEEL está em orçado em R$ 3,27 bilhões que vão viabilizar a construção de 1,9 mil quilômetros de linhas de transmissão e de sete novas subestações, além da ampliação e conclusão de 16 subestações existentes. A próxima etapa das negociações deverá definir as condições detalhadas do negócio por meio de um acordo vinculativo — incluindo questões relacionadas ao cronograma de implementação e operação. A Shanghai Electric deve constituir uma Sociedade de Propósito Específico para a construção, operação e manutenção dos futuros empreendimentos. O acordo prevê a possibilidade de a Eletrosul deter até 25% de participação.
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Carvão – A Engie Brasil pretende vender o complexo termelétrico Pampa Sul, que está sendo construído no município de Candiota. O projeto Pampa Sul é um empreendimento de 340 MW, saiu vencedor de um leilão de energia realizado em 2015 e está com mais da metade das obras prontas. Pelo contrato assinado o Pampa Sul precisa gerar energia até 1º de janeiro de 2019. O diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, lembra que o complexo gaúcho está no meio de um processo de sondagem quanto à negociação, que iniciou em março. Pelo menos 15 empresas demonstraram interesse e assinaram termos de confidencialidade para o negócio. O Banco Morgan Stanley está prestando assessoria para a companhia nessa ação. Segundo o executivo, não existe um cronograma estabelecendo um prazo para finalização do processo. A estratégia de venda dos ativos de carvão no Brasil, reforça o dirigente, está em linha com o planejamento global de descarbonização adotado pela Engie, a partir do início de 2016, quando a companhia passou a priorizar a geração de energia renovável de fontes hídrica, eólica, biomassa e solar. Apesar dessa postura, a empresa não deve abandonar plenamente o uso das fontes fósseis.
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Luta inglória – Depois de, sem sucesso, ter tentado uma reunião com o presidente Michel Temer, a Frente Parlamentar em Defesa do Polo Naval de Rio Grande ‘força a barra’ chamando a atenção para as dificuldades dos estaleiros do RS através de outros ‘atores’ do governo. Na semana passada, em Brasília, aconteceu reunião da Frente, entre gestores municipais, sindicalistas e entidades de classe com representantes dos ministérios de Minas e Energia e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e da Petrobras. Eles foram recebidos no Ministério de Minas e Energia pelo secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Márcio Felix. O grupo deve voltar à Brasília em breve, para tentar sensibilizar os agentes públicos para o tema. O deputado federal Henrique Fontana (PT) pediu que ao menos a Petrobras retomasse os trabalhos da plataforma P-71, no estaleiro da Ecovix. Fontana tem criticado o posicionamento da Petrobras que alegou falta de condições da Engevix (controladora da Ecovix) de continuar produzindo em Rio Grande, questionando condições de produção da empresa que entrou em falência, demitindo milhares de trabalhadores. O consultor da presidência da estatal, Leandro Martins Alves foi enfático e disse que o desejo do atual governo é produzir as estruturas em outros países.
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Populismo – O oportunismo político insiste em permanecer na pauta. Desta vez foi aqui nas nossas ‘barbas’. As deputadas Stela Farias-PT e Regina Becker-PDT, mesmo sem conhecer local e causa, promoveram audiência pública em Pelotas, sobre o aterro sanitário que supostamente será instalado na zona rural do município. Nunca se preocuparam com nada em Pelotas. Esse é o tipo de atitude que depõe contra os políticos. Pobre gente do Cerrito Alegre que se deslocou da colônia até a Câmara Municipal acreditando que algo vai ser alterado em detrimento da ladainha provocada. A decisão em relação a licenciamentos seja um aterro sanitário, uma hidrelétrica, um edifício ou um campo de golfe é técnica. Para isso existem os pareceres profissionais, secretarias, trâmites infindáveis em órgãos reguladores e as decisões baseadas em relatórios referendados por especialistas. Stela e Regina estavam cercadas de ambientalistas ideologizados, fraudadores da consciência alheia, mais uma vez enganando os coitados. Em que pese o país esteja sendo depurado, PT e PDT seguem no rumo do populismo.
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Até a próxima!