COPELMI ADMITE INTERESSE DE INVESTIR EM ATIVOS DA CRM E PAMPA SUL

    Os controladores da termelétrica Pampa Sul e da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), respectivamente o grupo Engie e o governo gaúcho, manifestaram a intenção de se desfazerem desses empreendimentos. Uma empresa assume publicamente que está de olho nessa movimentação. O presidente da Copelmi, Cesar Faria, confirma que o grupo tem interesse nesses ativos.
    “Faz parte dos nossos negócios, não vou dizer que não, mas tem que conversar e ver que estrutura se consegue montar para financiar isso, com garantias operacionais”, argumenta o executivo. A CRM possui reservas totais na ordem de 3 bilhões de toneladas de carvão, enquanto a Pampa Sul é uma termelétrica que está sendo construída em Candiota e deve iniciar a operação comercial até 1 de janeiro de 2019.
    A usina será alimentada por carvão proveniente da Mina do Seival, que é controlada pela Seival Sul Mineração, companhia composta por Copelmi (70%) e Eneva (30%). A previsão é que a mina possa começar a fornecer carvão a partir de meados de 2018, com uma capacidade instalada de produção de 2,8 milhões de toneladas ao ano.
    O presidente da Copelmi, que acumula a mesma função na Seival Sul Mineração, detalha que a reserva destinada para atender à Pampa Sul é de 100 milhões de toneladas, porém o total da mina é estimado em cerca de 450 milhões toneladas. “Prevemos que outros projetos serão instalados lá, na medida em que ocorram leilões de compra de energia a partir de térmicas a carvão”, afirma Faria.
    O investimento total no empreendimento, contando questões como aquisição de direitos minerais, será de R$ 103 milhões. As ações para preparar a mina já foram iniciadas através de capital próprio dos investidores. No momento, são em torno de 130 trabalhadores envolvidos com a estruturação do complexo. Porém, se forem consideradas também as pessoas empregadas na construção da usina, esse número salta para cerca 1,3 mil, aponta Faria.
    O secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, acredita que boa parte da recuperação econômica do Rio Grande do Sul passa pelo setor carbonífero. O dirigente salienta que é preciso mudar de conceito, e não olhar o carvão somente pelo lado negativo, pois a tecnologia do setor avançou muito na redução do impacto ambiental. Branco recorda que o Estado possui aproximadamente 90% das reservas nacionais desse mineral. Além de recente financiamento à Mina do Seival, o presidente do BRDE, Odacir Klein, comenta que, na área de energia, o banco apoiará o empreendimento eólico do grupo Atlantic com um financiamento de R$ 230 milhões. O parque está sendo desenvolvido em Santa Vitória do Palmar.

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