- Vendas de supermercados mostram que consumidores reuniram-se mais neste Natal, aponta a Agas
- Setor já prepara seus estoques para o Ano-Novo
Como já era esperado pelo setor supermercadista, as vendas de produtos típicos para o Natal não registraram crescimento real neste ano, na comparação com o Natal de 2015, segundo balanço divulgado neste domingo (25) pelo presidente daAssociação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. Em busca de enxugamento nos custos, os consumidores migraram para produtos de primeiro preço em todas as categorias, apostando em um Natal com itens mais baratos e de compartilhamento para comemorar a festividade: o tíquete mais baixo e a compra pontual de produtos mostra que mais gaúchos reuniram-se com familiares e amigos no Natal de 2016 do que no ano passado. “Foi um Natal de mais compartilhamento, em que cada consumidor levou um produto para a celebração, barateando a ceia”, explica Longo.
Outro dado que aponta para este crescimento das reuniões neste ano é o crescimento de cerca de 10% nas vendas de itens como cadeiras de praia, caixas térmicas e sacos de gelo, produtos que mostram que muitos consumidores saíram de suas casas na noite do dia 24. Com o forte calor da véspera do Natal, a venda de sorvetes ganhou força, em detrimento de tortas e outros doces para a sobremesa.
Entre os produtos típicos, como aves natalinas, panetones e frutas secas, o crescimento zero não surpreendeu o presidente da Agas. “A venda em volume não cresceu, mas houve uma clara migração dos consumidores para produtos mais baratos. Esta busca por baratear a ceia certamente se repetirá no Ano-Novo, com a procura por espumantes de menor preço”, antecipa Longo. Ao todo, os supermercados do RS comercializaram 850 mil aves e 4 milhões de panetones no mês de dezembro. Para o Réveillon, são esperadas as vendas de 4,8 milhões de garrafas de espumantes – 97% delas fabricadas no Brasil.
Consumidor deixou para a última hora – Como ocorreu no ano passado, boa parte dos consumidores deixou para fazer suas compras de Natal para a semana imediatamente anterior à festividade. O movimento de compras fez do sábado (24) o melhor dia de vendas, neste ano, para o setor. “Este movimento tardio de compras fez com que ganhassem evidências presentes menores e mais baratos, disponibilizados pelos supermercados. Cada vez com menos tempo, o consumidor também prioriza um local em que possa fazer todas as compras para a ceia e os presentes, e o supermercado proporciona isso”, lembra Longo. Tradicional presente de última hora, as caixas de bombons ganharam destaque na véspera do Natal, com procura expressiva das marcas mais baratas. “Foram cerca de 5,8 milhões de caixas de bombons comercializadas pelos supermercados”, sublinha o presidente da Agas. Dispostos a fugir do endividamento, 55% dos consumidores optaram por comprar à vista a ceia e os presentes deste Natal em supermercados.
Preparativos para o Ano-Novo – A partir desta segunda-feira (26), os supermercados gaúchos voltam suas forças para as vendas de produtos típicos para a festa da Virada do Ano. Como no Natal, as vendas de espumantes, cervejas, refrigerantes e carne suína não deverá crescer substancialmente em volume. “O setor aposta na crença das pessoas para a comercialização de itens típicos, como a carne suína. Mas certamente haverá esta tendência de compartilhamento de produtos também no Ano-Novo”, adianta Longo. O setor aposta, ainda, em um movimento de procura dos consumidores pelos “presentes que faltaram” nesta última semana do ano. “Algumas pessoas não passaram o Natal com entes queridos e vão levar pequenos presentes para eles quando houver este encontro”, lembra Longo.
Segundo o presidente da Agas, os produtos que poderão ter maior crescimento de vendas na semana que antecede o Réveillon deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, são as frutas (6%) e a lentilha (5%). “A situação da lentilha mostra como os supermercados estão atentos para garantir opções aos consumidores: há 15 dias, o setor encontrou uma brecha de mercado que possibilitou a chegada de lentilha canadense e argentina, de uma safra nova, que vai baratear este produto para a semana do Ano-Novo”, explica.