Além da usina, projeto conta ainda com instalação de um terminal de estocagem e regaseificação de GNL e com gasoduto Rio Grande-Triunfo
POR ALINE RODRIGUES – JORNAL AGORA
Em matéria divulgada pelo AGORA, em agosto desse ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia confirmado que dentro de 90 dias decidiria se a Usina Termelétrica (UTE) Rio Grande seria instalada ou não no Município. A incerteza estaria relacionada com o não cumprimento dos prazos de instalação do projeto. Na ocasião, a Aneel confirmou que já havia sido encaminhada uma intimação para a empresa Bolognesi, responsável pelo empreendimento. Na oportunidade, a Agência informou que a empresa já teria realizado a defesa e que o prazo para colocar o assunto em votação seria até o final do mês de novembro passado, o que não ocorreu.
Na terça (13), a Aneel, através da assessoria de imprensa, em nota, afirmou que ainda não há uma data para votação. “O processo está em análise na diretoria e será votado em 2017. Ainda não temos a data”, diz a nota encaminhada à redação. Segundo informações apuradas pela reportagem, há uma suposta negociação para que ocorra a transferência de controle da UTE Rio Grande. Pode ser que a Bolognesi fique apenas com uma participação minoritária ou até sem nenhuma participação, caso seja concluída a transferência.
BOLOGNESI
No último mês de agosto, a Bolognesi, também por meio da assessoria de imprensa, informou que estava em fase de conclusão de negociações com as distribuidoras de energia. Além disso, na época, em nota, a empresa confirmou que o termo de intimação fazia parte do rito regulatório normal e teria como base a premissa de que as UTEs deveriam iniciar a operação comercial em janeiro de 2019. Naquela ocasião, a empresa garantiu que mais de 89% dos Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEARs) já haviam sido renegociados com as distribuidoras, sendo 65% formalizados junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)”.
“É importante ressaltar que todo o processo relativo à implantação está compatível com a nova data de início de suprimento, que as garantias foram aportadas, que os CCEARs foram assinados e que os contratos de suprimento de gás foram formalizados. Os licenciamentos ambientais estão em fase final, as questões fundiárias estão resolvidas e os contratos de construção (EPC), firmados. Além disso, o retorno à estabilidade econômica do País permite a retomada dos financiamentos dos projetos em condições semelhantes àquelas de novembro de 2014”, destacou a assessoria na ocasião.
Os projetos da UTE Rio Grande e da UTE Novo Tempo seriam de extrema importância para o País pelos seguintes motivos: garantia de suprimento de energia de forma confiável (independentemente do clima) e a baixo custo, assegurando a geração das fontes limpas e intermitentes (eólica/solar); alternativa regional de suprimento de gás natural, funcionando como um catalisador de desenvolvimento local; geração de empregos para regiões que sofreram muito com a desmobilização de obras em estaleiros e refinarias; contribuição substancial na redução da emissão de CO2, uma vez que estas térmicas estarão retirando do despacho térmicas antigas e ineficientes.
DADOS
Inicialmente, a previsão era de que a Usina Termelétrica do Rio Grande tenha 1.238 MW de potência, o equivalente a cerca de 5% da capacidade instalada da Usina de Itaipu. O projeto, de R$ 3,3 bilhões, contemplaria, além de uma usina termelétrica de energia movida a gás, a instalação do terminal de estocagem e regaseificação de GNL e o gasoduto Rio Grande-Triunfo, com extensão de 131 quilômetros.
De acordo com informações fornecidas por representantes da Bolognesi, existe um projeto para atender as empresas do Distrito Industrial (empresas que venham a se instalar e as que quiserem mudar sua matriz energética). Com relação ao gasoduto Rio Grande-Triunfo, o projeto, de acordo com os representantes da empresa, prevê pontos estratégicos para distribuição de gás, que poderá beneficiar Pelotas, São Lourenço do Sul, Camaquã, Tapes e Triunfo.