Projeto irá quadruplicada em breve a movimentações de cargas do Porto de Pelotas e mudar cenário local com geração de trabalho e renda
PELOTAS – A primeira barcaça carregada de toras de madeira partiu ontem(11) rumo a fábrica da Celulose Riograndense, em Guaíba, dando início aos testes do projeto que irá em breve quadruplicar a movimentação de cargas do Porto de Pelotas. O processo faz parte da fase de validação, capacitação e treinamento para plena segurança operacional do projeto do Terminal de Toras, no Porto Público de Pelotas. De acordo com o chefe da divisão do Porto de Pelotas (DIPPEL), Cláudio da Silva Oliveira, a movimentação de cargas que hoje é de 400 mil toneladas ao ano passará para 1,6 milhão. “É um importante passo para o Porto de Pelotas, como protagonista neste processo de desenvolvimento econômico da região sul”, avalia.
O destaque no cenário logístico contempla também o título de primeiro porto gaúcho ambientalmente licenciado, após a conquista da licença operacional (LO), emitida em dezembro pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O segundo passo foi iniciar a implantação das medidas de controle e supervisão ambiental, contempladas no Termo de Compromisso Ambiental (TCA). “Atualmente, dos 24 planos listados como dispositivos de controle ambiental – necessários ao licenciamento – oito deles já estão implementados”, destaca Cláudio. Ele ressalta ainda que essa valorização requer mais do que o atendimento à legislação de proteção ao meio ambiente, inclui a reestruturação da infraestrutura do Porto Público como um todo.
A logística prevista na nova operação tem foco no incremento da hidrovia gaúcha e revitalização da orla portuária, mudando positivamente o cenário local com a criação de 800 empregos diretos e 2 mil indiretos, através da união entre Celulose Riograndense e Sagres Agenciamentos Marítimos – responsável pelas operações portuárias – no projeto. As empresas deram prioridade às contratações de mão de obra da região e estarão injetando mensalmente um valor estimado de R$ 4,5 milhões na economia local.
LOGÍSTICA – Os testes operacionais no Terminal de Toras começaram no dia 3 de outubro, com a chegada dos primeiros caminhões carregados de toras. A madeira transportada é proveniente de14 municípios da região sul e estará sendo escoada pelo Porto de Pelotas em direção à Guaíba (a 231 quilômetros por estrada), onde fica a fábrica da Celulose Riograndense. Lá a madeira é transformada em celulose e levada ao Porto de Rio Grande, novamente pela hidrovia, onde ocorre o armazenamento, a estufagem de contêineres e o carregamento de navios para exportação. “A previsão é de que os testes prossigam até o final de outubro, para que toda essa cadeia seja alinhada com precisão e segurança”, destaca o diretor superintendente da Sagres, Marcos Fonseca.
BARCAÇA – A embarcação Frederico Mandorin, da Navegação Aliança, atracou no Porto de Pelotas na manhã da última segunda-feira(10). De acordo com o gerente de operações da Sagres, Eduardo Tartari, a operação de carregamento transcorreu totalmente dentro do planejado. “Nossa avaliação é de uma operação totalmente factível, dentro dos padrões de qualidade e segurança”, avalia. A primeira barcaça foi carregada com uma média de 2 a 2,5 mil toneladas de madeira e deverá chegar em até 24 horas a Guaíba. A próxima embarcação tem previsão de atracar no Porto de Pelotas na quinta-feira(13), dando prosseguimento aos testes operacionais.
ESTRUTURA – Em setembro foi finalizada e entregue a obra do prédio operacional e balança de pesagem da SPH. A estrutura faz parte da contrapartida do Contrato de Uso Temporário (CUT) que regulamenta o uso de 23.500m² de área do Porto de Pelotas pela Celulose Riograndense para instalação do Terminal de Toras de Madeira. O contrato foi firmado em novembro de 2015 entre SPH e Celulose Riograndense. Além dos investimentos no Porto Público, o projeto prevê a estrutura para o Terminal de Toras (TTP) e revitalização da orla portuária.