A indústria do Rio Grande do Sul fechou o semestre com uma queda de 6,7% no Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) na comparação com os seis primeiros meses do ano passado, divulga a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta terça-feira (2). Em razão disso, e em uma sequência de dois anos de perdas, o nível de atividade no primeiro semestre de 2016 é o menor para o período em 17 anos. “Com essa queda generalizada e os recordes negativos, a tendência para a atividade industrial gaúcha no restante de 2016 é de estabilidade na margem e de quedas menos acentuadas em termos anuais”, prevê o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
Segundo o industrial, além da baixa base de comparação, a melhora das expectativas dos empresários e o fim do ciclo de ajuste de estoques sustentam a projeção. Mas não representam, de fato, uma recuperação do setor, que depende da reação da demanda interna, ainda em baixa. Esta estabilização da atividade do setor no nível atual até o fim do ano, apontada por Müller, significa uma queda de 4,7% do IDI-RS em 2016, o terceiro e inédito recuo anual seguido. Em 2014 e 2015, as quedas foram de -4,3% e -9,4%, respectivamente.
Com exceção da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que ficou estável, os demais indicadores pesquisados no IDI-RS registraram quedas no primeiro semestre. Especialmente massa salarial (-11,3%), faturamento real (-10%) e emprego (-9%), acompanhados de compras industriais (-8,4%) e horas trabalhadas (-5,6%).
A redução anual da atividade industrial gaúcha atingiu 15 dos 17 setores pesquisados. As principais influências negativas vieram de Máquinas e equipamentos (-15,3%), Veículos automotores (10,9%), Produtos de metal (-11,1%), Móveis (-15,5%) e Alimentos (-4,1%).
Ainda nas comparações anuais, o resultado negativo continua predominando, apesar de as taxas perderem intensidade. Junho marcou a 28ª queda seguida (-5,1%) do IDI-RS, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
MÊS ANTERIOR
Após três meses de queda, quando recuou 4,8% e atingiu seu piso histórico, o IDI-RS subiu 2,8% em junho, com ajuste sazonal, em relação a maio. Os dados de mercado de trabalho seguiram em queda: o emprego (-0,2%), pelo 17º mês consecutivo, e a massa salarial real (-2,1%), pelo 12º. A expansão da atividade industrial no mês se deu nos resultados associados mais diretamente à produção, principalmente, nas compras industriais (5,8%) e no faturamento real (4,2%). As horas trabalhadas cresceram 0,8% e a UCI aumentou 1,7%, chegando a 79,6%.